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'SAÚDE EM NOSSAS MÃOS'

Hospital Oncológico Infantil adere a projeto nacional de combate a infecções em UTIs

A meta do Ministério da Saúde com o projeto, que oferece consultoria especializada, é reduzir em 50% as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)

Por Leila Cruz (HOIOL)
30/11/2024 11h15

Nesta semana, consultores do Hospital Albert Einstein fizeram a primeira visita ao Hospital Oncológico Infantil Referência no tratamento do câncer infantojuvenil na Amazônia, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, foi selecionado para participar do Projeto “Saúde em Nossas Mãos”, iniciativa do Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Juntamente com 300 hospitais de todo o Brasil, a instituição se dedica a um objetivo comum: reduzir em 50% as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), a partir da análise da média dos últimos dados registrados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) das unidades de saúde participantes.

Seis hospitais de excelência - Hospital Israelita Albert Einstein (SP), Hospital do Coração  (HCor/SP), Hospital Oswaldo Cruz (SP), Hospital Moinho de Ventos (RS), Hospital Sírio-Libanês (SP) e Beneficente Portuguesa (SP) -, prestam consultoria a instituições de saúde selecionadas. A inclusão dos hospitais no projeto ocorre por indicação do MS ou inscrição voluntária.

O Hoiol receberá consultoria especializada do Hospital Einstein até dezembro de 2026, quando se concluirá o triênio do Proadi-SUS. No primeiro ciclo do "Saúde em Nossas Mãos" (2018-2020), participaram 180 hospitais, enquanto no ciclo atual (2024-2026) o número subiu para 300. Um grupo de 50 hospitais é acompanhado por uma instituição de excelência no País.

A literatura médica afirma ser possível evitar infecções nas UTIs. Com esse propósito, o “Saúde em Nossas Mãos”, por meio da consultoria, oferta um pacote de prevenção, chamados bundles. As ações serão desenvolvidas pelas equipes do Hoiol, a fim de prevenir e reduzir as taxas de infecções, como a infecção primária de corrente sanguínea associada ao uso de cateter venoso central (IPCSL), pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) e infecção do trato urinário associada ao cateter vesical (ITU-AC).

Aprimoramento - O consultor Francisco Timbó, do Hospital Albert Einstein, ressaltou que a finalidade principal do projeto é aprimorar a segurança e a qualidade do atendimento hospitalar. "O projeto é desenvolvido por meio de programações virtuais, entregas mensais e encontros presenciais com as equipes do Oncológico Infantil. Utilizamos um modelo fundamentado na ciência da melhoria, proposta pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI), instituição de renome mundial na área de segurança do paciente. A metodologia PDSA (Plan - Planejar; Do - Fazer; Study - Estudar; Act - Agir) orienta a estruturação dos processos. A meta inicial é identificar as boas práticas já implementadas e os aspectos que precisam ser ajustados, com base na qualificação dos processos assistenciais”, explica o consultor.

"Conseguimos desenvolver uma abordagem que integra a família nas questões relacionadas à assistência, o que é fundamental para o sucesso do tratamento. O principal beneficiado pelas ações desse projeto, sem dúvida, é o paciente. Ao prevenir infecções, conseguimos reduzir o tempo de internação, permitindo que o paciente retorne mais rapidamente ao conforto do lar. Esse processo não só otimiza a utilização dos leitos, aumentando a rotatividade, mas também resulta em economia para o SUS, com menos recursos sendo destinados ao combate a doenças infecciosas”, ressalta Francisco Timbó.

A equipe do Hoiol, formada por médicos, enfermeiros e técnicos, participou de uma capacitação direcionada a temas associados à infecção, como tipos, diagnóstico e precauções de isolamento. A equipe aprendeu a montar um quadro de monitoramento, o Kamishibai - ferramenta que possibilita a auditoria diária do cuidado ao paciente, avaliação da adesão aos processos de trabalho, identificação e planejamento de oportunidades de melhoria.  

Diagnóstico - No último dia 26 (terça-feira), os consultores do Hospital Albert Einstein fizeram a primeira visita ao Hoiol, unidade do Governo do Pará, gerenciada pelo Instituto Diretrizes, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Além de apresentar o projeto para a equipe que irá desenvolvê-lo durante o triênio, eles acompanharam a rotina de cuidados na Unidade de Terapia Intensiva, que dispõe de dez leitos, pediátricos e oncológicos pediátricos. A partir daí, a equipe traçará ações de melhoria, para serem executadas conforme cronograma estabelecido. As reuniões virtuais ocorrerão a cada 15 dias, visando acompanhar o cumprimento das metas estabelecidas.

"Nós já temos um resultado muito positivo em relação aos cuidados dos nossos usuários, com avanços significativos na qualidade dos serviços prestados. No entanto, estamos sempre em busca de aprimorar ainda mais nossa atuação, oferecendo, a cada dia, uma assistência especializada e de excelência. Nosso objetivo é proporcionar aos pacientes a melhor experiência possível, aliando inovação, cuidado humanizado e práticas baseadas em evidências, para garantir não só a recuperação física, mas também o bem-estar emocional e a satisfação de todos os envolvidos no processo de cuidado”, destaca a líder do projeto no Hoiol, enfermeira Adrielle Monteiro.

Dentro do  amplo projeto “Saúde em Nossas Mãos”, o Hoiol participa de um subprojeto de custeio, que integra uma equipe de profissionais atuantes em áreas estratégicas, como assistencial, UTI e Assessoria de Qualidade, para execução de ações orientadas pelo Hospital Consultor. “A ideia é mostrar quanto custa um paciente com infecção para o cofre público, e quanto é possível economizar recursos financeiros e humanos com as boas práticas de prevenção”, reitera a enfermeira.