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FOMENTO AO PRODUTOR RURAL

Emater incentiva produção agrícola de mulheres em Nova Esperança do Piriá

Programa Fomento Rural busca estimular a produção de artesanato, criação de animais e plantios

Por Ascom (Ascom)
27/11/2024 10h58

Em Nova Esperança do Piriá, no Rio Capim, pelo atendimento do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em parceria com a Prefeitura, moradoras da zona rural consideradas em situação de pobreza e dependentes de bolsa-família estão reestruturando as atividades socioeconômicas para fortalecer subsistência e comercialização. 

Trinta e seis agricultoras das comunidades Castanheira, Vila Formosa e Novo Horizonte receberam ao longo de novembro, cada uma, o valor de R$ 2 mil e 600, correspondente à primeira parcela do Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais (Fomento Rural), iniciativa compartilhada entre o Governo do Estado e o governo federal.  A previsão é que, no início do ano que vem, seja liberado o restante do recurso individual: R$ 2 mil. Não é preciso pagar nada de volta.  

O objetivo é melhorar tradições, como artesanato, criação de porcos e plantio de maracujá, com resultados de empreendedorismo sustentável. O cronograma dos projetos inclui análise de solo e pequenas obras nas propriedades. 

As mulheres em questão fazem parte de um total de 50 famílias beneficiadas pelo Fomento Rural no município em 2024. De acordo com levantamento da equipe da Emater, a maioria tem entre 30 e 50 anos, vive em união estável heteroafetiva, é mãe de filhos crianças e apresenta baixa escolaridade.

“O Fomento Rural destaca a questão de gênero, reconhecendo enfrentamentos específicos da mulher campesina, ainda mais no contexto da Amazônia. Na prática, a Emater leva a política pública até a ponta e humaniza, confere nome e história, ao serviço público em si. Para esta ação, temos a colaboração imprescindível da prefeita Alcineia Ferro”, anuncia o chefe do escritório local da Emater em Nova  Esperança do Piriá, o técnico em agropecuária Leandro Guilherme Amorim. 

O engenheiro agrônomo cedido pela Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (sigla não informada), Vinícius Cardoso, explica que a atuação consta de duas frentes: “Apoio técnico e apoio no repasse dos recursos.

Ao todo, são 15 atividades e cadeias produtivas manifestadas como de interesse dessas famílias.  O panorama relaciona-se não só com promoção de cidadania, mas também com segurança alimentar e nutricional, geração de trabalho e renda e abastecimento de produtos no próprio município”, afirma. 

Visão de futuro

No Sítio Alto Bonito, na Vila Formosa, Maria Núbia Sousa, de 36 anos, é quem administra o dinheiro da cada. 

“As mulheres do campo continuam sofrendo preconceito, e nosso protagonismo luta pra quebrar isso”, assim entende.

Junto com o companheiro Antônio Cláudio Lustosa, de 41 anos, e o filho adulto dela e enteado dele, Alan Silva, de 19 anos, Maria Núbia já vem aplicando o capital do Fomento Rural para resgatar o cultivo de pimenta-do-reino. O trabalho era antigo e prosperou bastante até 2018, quando a plantação inteira perdeu-se pela contaminação de doença. Em 2023, as tentativas recomeçaram.

“E agora conseguimos visualizar que vai dar certo. É sobre ter esperança e sobre ter incentivo”, detalha, com a ideia de que a caçula do casal, Michelli, de 6 anos, um dia herde um negócio lucrativo: “Porque eu defendo uma agricultura que olhe para frente, que tenha futuro útil e verdadeiro”, anima-se. 

 Texto de Aline Miranda