Bebês da UTI Neonatal do HRBA participam de sessão de fotos em alusão ao Novembro Roxo
A unidade é referência em cuidados de alta complexidade para uma população de 1,4 milhão de pessoas em 30 municípios do oeste do Pará. Apenas entre janeiro e outubro de 2024, a unidade recebeu 454 recém-nascidos
Vestidos com acessórios roxos, 17 recém-nascidos internados na UTI Neonatal do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) participaram de uma sessão de fotos especial em alusão ao Novembro Roxo, mês dedicado à conscientização sobre a prematuridade.
A iniciativa, que contou com a participação das mães e da equipe de plantão, buscou celebrar a força dos pequenos guerreiros, além de destacar a importância dos cuidados especializados para os prematuros.
Entre as histórias que marcaram a ação, está a de Ana Cristina Esquerdo Souza Meireles, de 30 anos, mãe da pequena Yeshua Vitória. Após uma gravidez de risco, Ana deu à luz com apenas 26 semanas de gestação.
"Eu já tinha perdido uma gestação antes e esperei oito anos para ser abençoada com a chegada dela. Foi uma luta para que tudo desse certo, e hoje estamos perto de ir para casa. Para mim, essa foto simboliza nossa vitória", contou, emocionada, enquanto segurava a filha vestida com uma roupinha especial para o momento.
A ação foi organizada pela coordenação de enfermagem da UTI Neonatal, com o apoio dos setores de humanização e comunicação, reafirmando o compromisso da equipe em oferecer um cuidado humanizado que valoriza cada etapa da recuperação e o vínculo com suas famílias.
Cuidados - Outro destaque da ação foi um RN que estava em tratamento em uma pequena rede, instalada entre as incubadoras. O uso do acessório chamou a atenção por ser algo diferente no ambiente da UTI Neonatal, mas que, segundo os profissionais, oferece benefícios importantes.
"As redes ajudam a simular o aconchego do útero e promovem o relaxamento. Sempre que possível, alternamos o uso entre a rede e a incubadora para contribuir no desenvolvimento", explicou a enfermeira Alana Isaura Santos, que presta assistência no setor.
Alana também ressaltou a importância da humanização no dia a dia da unidade. "Recebemos bebês tão pequenos e frágeis, e é muito prazeroso poder devolvê-los saudáveis para suas famílias. Além do cuidado técnico, criamos vínculos com essas mães, que passam por momentos muito desafiadores. Ações como essa ajudam a resgatar a autoestima delas e criam memórias afetivas", destacou.
Referência - Com 29 leitos dedicados à UTI Neonatal, o HRBA é referência em cuidados de alta complexidade para uma população de 1,4 milhão de pessoas em 30 municípios do oeste do Pará. Apenas entre janeiro e outubro de 2024, a unidade recebeu 454 recém-nascidos.
Os bebês são acompanhados 24 horas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros profissionais da equipe multiprofissional, que oferecem suporte essencial a prematuros — aqueles nascidos antes de 37 semanas — e bebês com baixo peso ou complicações no nascimento.
Conscientização - O Novembro Roxo busca sensibilizar a sociedade para a prematuridade e seus desafios. A cor roxa, símbolo do movimento, representa sensibilidade e transformação — características que traduzem bem as histórias vividas dentro da UTI Neonatal.
No Brasil, cerca de 10% das bebês nascem prematuros, colocando o país entre os 10 com maior número de partos antecipados no mundo, conforme o Ministério da Saúde. Este ano, o tema da campanha nacional é "Cuidados maternos e neonatais de qualidade em todos os lugares", reforçando a importância de um atendimento humanizado e especializado.
Para Ana Cristina, a experiência no HRBA ficará marcada para sempre. "Eu não sabia se conseguiríamos, mas Deus nos trouxe até aqui. Ver minha filha toda vestidinha para a sessão de fotos me fez acreditar ainda mais que estamos vencendo. Foi um presente que vou guardar para sempre no coração", finalizou.
Serviço: Localizado no oeste do Pará, o Hospital Regional do Baixo Amazonas pertence ao Governo do Pará, sendo administrada pelo Instituto Social Mais Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Texto: Natashia Santana