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Pará é o terceiro no ranking de população com Doença Falciforme

Por Redação - Agência PA (SECOM)
29/10/2015 17h25

A dificuldade de acesso à assistência básica de saúde, profissionais de saúde desatualizados e diagnóstico tardio são alguns dos principais entraves para a melhoria da qualidade de vida de pessoas com Doença Falciforme no Brasil, que tem uma população variante entre 20 mil e 30 mil pessoas. Com predominância em afro-descendentes, é a doença genética mais comum no país. O Pará ocupa o terceiro lugar em incidência, com um caso para 3,4 mil nascidos. O Estado da Bahia lidera o ranking, com um caso entre 650 habitantes.

Essas e outras informações foram repassadas no II Workshop de Hemoglobinopatias e Doença Falciforme (DF) com Sobrecarga de Ferro: Novas Perspectivas – Transplante de Medula Óssea (TMO), promovido pela Fundação Hemopa em parceria com a Novartis. O evento, que se estende até sexta-feira (30), foi conduzido na manhã desta quinta-feira pela presidente do hemocentro paraense, Ana Suely Leite Saraiva, que agradeceu pela presença de mais de 150 participantes, entre especialistas, acadêmicos, pacientes e acompanhantes.

“Esse evento foi resultado do sucesso alcançado pelo workshop do ano passado, e que também propiciou que avançássemos este ano para o I Encontro Paraense de Pessoas com Doença Falciforme e a I Oficina de Auto Cuidado em Doença Falciforme”, observou. Ela fez uma breve reflexão do quanto a assistência para DF avançou no país, considerando que o primeiro relato científico da doença ocorreu em 1910, e nos últimos dez anos, as ações já podem ser planejadas em consonância com a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com a Doença Falciforme.

Ana Suely lembrou que, no começo, era um cenário típico de uma doença negligenciada e com ações isoladas de grupos de especialistas. “Hoje, as dificuldades ainda existem, porém conseguimos caminhar vencendo-as, buscando a adesão à ampliação da assistência pelos municípios e Estados. Precisamos nos manter coesos, integrados, persistentes e, sobretudo, comprometidos para a implementação da Política Nacional em todas as esferas de governo”, disse.

A presidente do Hemopa disse que o evento vai cumprir a missão de informar e esclareceu aos profissionais de saúde, bem como aos pacientes e familiares, sobre os vários aspectos multiprofissionais e avanços no tratamento da Doença Falciforme e da Talassemia.

Organizados pela Coordenadoria de Atendimento Ambulatorial (Coamb), os debates do workshop seguiram, entre eles, com a temática sobre o Programa Nacional de Hemoglobinopatias, ministrada por Cândida Queiroz, do Ministério da Saúde, que ressaltou a necessidade do diagnóstico precoce da DF, acompanhamento com equipe de saúde e suporte social para reduzir os agravos e complicações da doença. “Infelizmente ainda há muitas pessoas  sem acesso a esses serviços”.

Diante do cenário, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas com Doença Falciforme tem o objetivo de mudar a história natural da Doença Falciforme no Brasil, reduzindo as taxas de morbidade e  mortalidade,  promovendo maior sobrevida com qualidade de vida às pessoas com essa doença; orientando as pessoas com traço falciforme e informando a população em geral, instituindo algumas ações como a Triagem Neonatal (Teste do Pezinho), no recém-nascido, oferecido na Unidade de Saúde mais  próxima ao local de moradia. E a partir dos quatro anos, realização de exame de eletroforese de Hemoglobina para detecção da doença; inclusão do serviço no Rede Cegonha, entre outros.

“Todos os Estados têm pelo menos um centro de referencia para atender doença falciforme com atenção especializada. O Ministério da Saúde apoia a formação dos trabalhadores do SUS, em todo o Brasil, mas cabe aos estados e municípios se organizarem”, ressaltou Cândida Queiroz.

Nesta sexta-feira (3), haverá as palestras “Panorama das Hemoglobinopatgias no Pará”, pela médica Saide Maria Sarmento Trindade, que é a titular da Coamb; “Conhecendo as Talessias”, pela hematologista e hemoterapeuta Fernanda Guedes de Carvalho; “Ações da CGSH às pessoas com Talssemia”, por Silma Melo, bióloga e responsável pela Área de Assessoramento Técnico às Talassemias do Ministério da Saúde; “Diagnóstico Molecular das Talassemias”, por Greice de Lemos Cardoso Costa, do Laboratório de Genética Humana e Médica da Universidade Federal do Pará (UFPA); e “Espaço Associação Brasileira de Talassemia (Abrasta)”. O evento será encerrado pela diretora técnica do Hemopa, Ana Luisa Meireles. Em seguida, haverá apresentação cultural de Jorginho Gomes.

Serviço: o ambulatório de pacientes funciona na sede da Fundação Hemopa, na Travessa Padre Eutíquio, 2.109, em Batista Campos, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. Mais informações pelo telefone 0800-2808118.