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TRADIÇÃO PARAENSE

Governador do Pará acompanha Grande Procissão do Círio 2024 em Belém

Presidente Lula visitou capital paraense durante a 232ª edição da romaria na capital paraense

Por Ingo Müller (SECOM)
13/10/2024 13h27

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou a Grande Procissão do Círio de Nazaré ao lado do governador do Pará, Helder Barbalho, na manhã deste domingo (13). Eles tomaram café no Solar da Beira, prédio tradicional no Complexo do Ver-o-Peso, e seguiram pelas ruas da cidade que compõem o trajeto da romaria em homenagem à padroeira dos paraenses. A procissão tem cerca de 3,7 km, e saiu da Igreja da Sé às 7h26, após a missa celebrada pelo arcebispo Dom Alberto Taveira, com a participação de aproximadamente 2 milhões de pessoas.

“É um momento de fé, um momento especial. São milhões de pessoas agradecendo graças alcançadas, renovando a sua fé. Poder ver a cada dia mais gente no Círio de Nazaré é a  demonstração do quanto todos nós, paraenses, brasileiros, olhamos para a nossa Mãe querida e agradecemos para Ela por tudo a cada dia do ano”, disse o governador Helder Barbalho.

A vice-governadora Hana Ghassan acompanhou a procissão na Estação das Docas, junto ao presidente Lula e ao ministro das Cidades, Jader Filho. "Para nós, do governo do Pará, é uma satisfação enorme acompanhar e apoiar esta festa que mobiliza milhares de pessoas e une o nosso Pará pelo sentimento de amor por Maria. Todos os visitantes são bem-vindos ao Pará, que cada vez mais se firma como um destino turístico, e o turismo religioso certamente representa uma parcela importante das pessoas que vêm conhecer o nosso Estado”, disse a vice-governadora.

Novo Santuário Mariano quer fortalecer a tradição da devoção mariana

A devoção mariana em Belém terá um novo Santuário para Nossa Senhora em Belém. No dia 8 deste mês, durante a missa de abertura do Círio, o governador Helder Barbalho formalizou o investimento de R$ 48 milhões, para a construção do espaço religioso, na área do estacionamento da Basílica Santuário, no bairro de Nazaré.

O Santuário será erguido em frente à Rua Dom Alberto Ramos e à Praça Santuário, integrando-se à Basílica, à própria Praça Santuário, ao Centro Social, à Casa de Plácido, ao Museu Memória, à Estação dos Carros e ao Parque.

A parceria do governo do Pará com a Arquidiocese de Belém quer fortalecer a cultura da devoção religiosa na capital paraense, assegurando um espaço apropriado para os devotos, para além da Quadra Nazarena, o que deve contribuir também para dinamizar a economia belenense, com  atração de visitantes na modalidade do chamado turismo religioso.

Tradição paraense se renova a cada segundo domingo de outubro

A procissão deste domingo (13) foi a de número 232, e é considerada a maior das 14 romarias oficiais que compõem o Círio. Ela sai da Catedral Metropolitana, no bairro da Cidade Velha, até a Praça Santuário, onde fica a Basílica de Nazaré. O novo Santuário será construído no mesmo lugar onde, no ano de 1700, o caboclo Plácido encontrou a imagem original da Virgem Maria.

Nos próximos dias, a padroeira dos paraenses receberá homenagens de ciclistas, jovens, crianças, corredores e pessoas com deficiência, até a realização do Recírio, no dia 28, que encerra a festividade.


O Círio de Nazaré é considerado uma das maiores manifestações católicas do mundo. Desde o ano de 2013, é reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Para o professor Fabrício Campos, que acompanha o Círio, na corda, desde 2010, o momento é de renovar a devoção à Maria. “Este ano eu vim apenas agradecer pela minha vida. O Círio é o ápice da fé. A gente não sente cansaço ou dor, é um momento de entrega”, diz ele.

Há mais de 40 anos, Marlene Dias acompanha o Círio e, agora, ela precisa do auxílio de uma cadeira de rodas, mas não deixa de participar. “Fiz uma promessa no passado e, por isso, estou trazendo uma vela de 1 metro de comprimento no Círio. Enquanto eu tiver saúde vou pagar a minha promessa. O Círio representa muita coisa. Eu vejo Nossa Senhora e choro, é  emocionante”, comenta.

Mário Freitas é marítimo, e vive em Manaus, e veio para Belém, exclusivamente, para acompanhar o Círio de Nazaré. “Moro há mais de 20 anos em Manaus, mas venho todos os anos para o Círio em Belém. Faço isso desde que tive um naufrágio", conta. 

"Eu estava em uma lancha quando caiu um temporal e a lancha virou. Eu me peguei com Nossa Senhora e consegui chegar na margem. Não sei nem explicar. Desde então, posso estar em qualquer lugar do mundo que eu desembarco e venho para Belém passar o Círio, porque Nossa Senhora representa minha vida”, destaca o profissional.

Católicos agradecem graças alcançadas

Durante a procissão do Círio, há devotos que levam objetos feitos em cera, ou outros materiais como madeira, e que fazem referência às graças alcançadas. Esses objetos são chamados de ex-votos. Claudete Martins acompanhou o Círio carregando uma perna feita de cera, que simbolizava a cura de seu avô.

 “Meu avô caiu, e ele tem 97 anos de idade. Fiz uma promessa para Nossa Senhora e ao Filho D'ela quando ele foi para a emergência, no momento em que teve uma parada cardíaca. Ele superou, já está quase andando e em novembro iremos comemorar o seu aniversário de 98 anos. Só tenho a agradecer à Nossa Senhora”, contou Claudete Martins.

Marinei Carneiro acompanhou o Círio, neste domingo, carregando uma casa feita de poliestireno, que simbolizava uma graça dupla: a saúde do filho e o sonho da casa própria. “Eu alcancei esta casa graças ao meu filho Lucas. Quando ele tinha seis meses de vida eu fiz uma promessa porque ele estava doente. Hoje, ele tem 21 anos e ele conseguiu a nossa casa. Antes, a gente vivia de aluguel, faltava dinheiro, era difícil. Nossa Senhora nunca me abandonou, eu vou carregar para sempre ela no meu coração”, relata.

Corda do Círio, um laço direto com a Virgem Maria

Um dos maiores símbolos do Círio, a corda surgiu na romaria, no ano de 1855, usada para tirar a berlinda de um atoleiro, após ela foi adotada na procissão e atualmente é tida como um ícone da festa. Este ano a corda do Círio mediu 400 metros, e, como sempre, cada palmo foi disputado pelos promesseiros, que desde a madrugada do domingo, aguardam pelo atrelamento da corda à berlinda.

Cris Regina passou a madrugada esperando o momento de ocupar o lugar dela na corda do Círio. Ela já havia acompanhado a Trasladação, na noite deste sábado (12), e decidiu esperar até o começo da procissão seguinte para pagar uma promessa.

"Quando a gente tem fé em Nossa Senhora, não existe cansaço. Eu quero agradecer pela saúde do meu filho, que era epilético e hoje está curado. Tentamos de tudo, mas quem curou foi Nossa Senhora. Venho ao Círio há 17 anos para agradecer, porque hoje ele tem 21 anos e está bem de saúde. Nossa Senhora fez sua obra na vida do meu filho”.

Marcelo Amaral acompanha o Círio na corda há 22 anos, levando consigo um pedaço da corda que ele guarda há uma década. “Já paguei muitas promessas, mas este ano, venho só para agradecer. Esse ano trouxe, pela primeira vez, o meu filho de 10 anos para me acompanhar. Tenho orgulho de ver ele aqui”, afirmou Marcelo.

Para o devoto Maurício Costa, a participação na corda do Círio é um ato coletivo. Ele mora no município paraense de Tracuateua, no nordeste estadual. E, todos os anos se junta ao grupo os “Amigos da Corda”, para acompanhar o Círio em Belém.

 “Este grupo se reúne há 11 anos. Começamos só eu e meu sobrinho, e está cada vez maior. Tem gente vindo pela primeira vez, tem pessoas como eu que acompanham o Círio há 41 anos. É uma emoção só. A gente tem que ter fé porque com fé em Nossa Senhora conseguimos tudo na vida”, disse.