Sectet promove fórum e mostra de tecnologias sociais na Uepa
Exposições, oficinas e debates sobre temas variados marcaram o primeiro dia do III Fórum Paraense de Tecnologias Sociais e da IV Mostra de Tecnologias Sociais, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), com apoio da Rede Paraense de Tecnologias Sociais (RTS/ PA). Os eventos ocorrem até sexta-feira (6), no campus II da Universidade do Estado do Pará (Uepa). O tema deste ano é “Energia e desenvolvimento social”, por isso, as potencialidades do uso das energias renováveis para a região amazônica foram o destaque do primeiro dia.
O fórum teve início com uma mesa de abertura composta pelos seguintes gestores de instituições que compõem a RTS: Alex Fiúza Bolonha de Mello (titular da Sectet); Eduardo Costa (presidente da Fapespa); Théo Carlos Ribeiro Pires (presidente da Prodepa); Juarez Simões Quaresma (reitor da Uepa); Gerson Peres (diretor do Senai); Paulo de Jesus Santos (vice-reitor da Ufra); José Olímpio Bastos (Fiepa/ Sesi). Todos destacaram a importância de se investir em tecnologias de baixo custo voltadas a solucionar problemas históricos da Amazônia e relataram suas iniciativas nesse sentido.
O professor da Universidade de São Paulo (USP) Roberto Zilles ministrou a palestra de abertura, “Aplicações da energia solar fotovoltaica para incremento da qualidade de vida da população”. Na ocasião, o pesquisador, que também atua como vice-coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Energias Renováveis e Eficiência Energética da Amazônia (INCT-EREEA), falou sobre as diversas as potencialidades da energia fotovoltaica para melhorar a qualidade de vida das populações que não têm acesso à rede de energia elétrica.
“Com relação custo-benefício bastante competitiva em relação à energia obtida por diesel, mais usada nas comunidades, a energia elétrica gerada a partir da energia solar pode transformar realidades, ao ser usada na comunicação, na iluminação de escolas e residência, no fornecimento de água, na produção de gelo para conservação de alimentos e em outros diversos usos”.
Roberto Zilles apresentou também as possibilidades de uso da energia solar no ambiente urbano como alternativa para redução do consumo de energia elétrica. De acordo com o pesquisador, o uso da energia solar nas cidades vem crescendo e, por isso, é importante esclarecer a viabilidade, os desafios e as potencialidades da microgeração de energia fotovoltaica no ambiente urbano.
Oficinas – As oficinas que compõem a programação do fórum também tiveram início nesta quinta. Cada workshop tem carga horária de três horas e será repetido no segundo dia para quem não teve oportunidade de participar no primeiro dia.
O professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) Edinaldo Pereira da Silva coordenou o workshop sobre energia. Na ocasião, ele falou sobre a importância das energias renováveis na sociedade, destacando a participação das energias solar e eólica em nossa região.
Sob a coordenação do professor da UFPA, Aldebaro Klautau, a oficina “Telecomunicações e inclusão digital” reuniu interessados em projetos de pesquisa e novas tecnologias da informação e comunicação para a Amazônia. O analista de sistemas Raffael Grande participou da oficina e disse que a atividade foi bastante enriquecedora. “O conteúdo da oficina complementa bastante meus conhecimentos e amplia meus interesses, principalmente na área de inclusão digital. Participei do Fórum no ano passado e voltei esse ano porque o considero muito produtivo”, enfatizou.
A oficina do eixo “Água e Saneamento”, coordenada pela professora da UFPA Luiza Girard, apresentou o cenário quantitativo e qualitativo das águas na Amazônia, ressaltando as fontes de poluição, técnicas de tratamento e medidas para utilização racional da água pela população. Para falar do eixo “Emprego e Renda”, a técnica da Emater, Marli Cunha, ministrou uma oficina focada em estudos de caso bem sucedidos na geração de emprego e renda em comunidades.
Paralelamente à Programação do Fórum, ocorre a IV Mostra de TS, cujo objetivo é divulgar boas práticas e projetos com potencial para solucionar problemas, com baixo custo e interação social. Nesta edição, as seguintes instituições participam da Mostra expondo projetos nos estandes: Embrapa; Emater; UFPA; Uepa; Secretaria de Econômico, Mineração e Energia (Sedeme); Casa dos Empreendedores de Bragança.
A estudante de Terapia Ocupacional Glória Santos se interessou pelo estande da Casa dos Empreendedores de Bragança, que está expondo produtos obtidos com recursos da região, como a tradicional farinha, a cerâmica de argila de mangue e os artesanatos de escamas de peixes. “Achei muito interessante o novo uso que eles estão dando à escama de peixe que seria descartada e, ainda por cima, gerando renda para as pessoas da região”, falou a visitante.
Ainda há tempo de se inscrever para as oficinas. Haverá entrega de certificados para os participantes. Informações: www.sectet.pa.gov.br.