Mulheres se destacam no Festival do Cacau e Flor Pará
Seja expondo seus produtos, repassando conhecimento, organizando o evento ou simplesmente visitando o local para apreciar o melhor do chocolate de origem, a participação feminina é marcante
As mulheres são destaques no Festival Internacional do Chocolate e do Cacau e no Flor Pará deste ano. Elas participam der diversas formas: na produção e exposição dos derivados do cacau, no preparo dos arranjos florais, na logística do evento, no repasse de informações aos agricultores e até nos nomes das embalagens de algumas das marcas que estão sendo expostas nos estandes do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, local de realização do evento. Uma boa parte dos visitantes do local é formado pelo público feminino.
Entre as participantes que representam as empreendedoras no festival estão as ceramistas da Associação Cerâmica Chicano, de Santa Bárbara do Pará, município que integra a Região Metropolitana de Belém. O estande oferta vasos para plantas, cerâmica decorativa, luminárias para jardinagem, biojoias e até o cacau representado em cerâmica.
As mulheres do grupo já são veteranas no festival e participam desde 2005, quando o evento agregava apenas os produtos voltados para plantas e flores (Flor Pará), promovido pela antiga Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri).
A coordenadora do grupo, Rose Mescouto, disse que a participação delas no festival é importante não apenas para a comercialização, mas para divulgar e gerar contatos futuros. “O pós-feira é interessante também, pois por meio dos contatos que a gente consegue fazer, recebemos bastante encomendas”, disse.
Pioneira - Há 20 anos, a agricultora Rosalina Brigaenti Vronski deu início à produção de chocolate de forma artesanal, sendo pioneira na atividade. Chegou ainda na Transamazônica em 1978 (mais precisamente no município de Altamira) e com a orientação da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), como lembrou, criou a Dona Rosa, nome do empreendimento que comanda juntamente com os quatro filhos – dos quais três são mulheres . Para completar o time de mulheres no empreendimento, conta com a nora, Moana Vronski que a acompanha no estande instalado no Chocolat Amazônia.
“Hoje nós temos na Transamazônica em torno de 30 a 40 mulheres já fazendo chocolate artesanal, mas Graças a Deus fico feliz por saber que a gente abriu caminho, que elas se espelharam em mim. É importantes que meu filho e as minhas filhas e nora continuem com aquilo que a gente faz”.
Ela lembra que trabalhou no movimento de mulheres e que muitas já estão trabalhando com recursos próprios e aprenderam a empreender.
São Félix- No corredor ao lado do empreendimento Dona Rosa, outro grupo de mulheres também se destaca e está entre os espaços mais procurados no Chocolat Amazônia. O estande da Associação de Mulheres Produtoras de Polpas de Frutas (AMPPF), do município de São Felix do Xingu. A entidade conta com 43 mulheres e 20 homens.
O grupo trabalha com polpas de frutas e agora está implementando a produção com geleias e licores. É a primeira vez que elas participam do festival na capital. Já participaram das edições de Altamira e Parauapebas.
A representante da associação, Joelma Menezes, disse que é satisfatório saber que as mulheres têm oportunidades nesse meio. “Incentiva o empoderamento feminino e para a gente é gratificante saber o quanto as mulheres estão tendo sucesso nesse meio de negócios”, destacou.
As mulheres que participam do festival como visitantes aprovam e incentivam o trabalho das empreendedoras. É o caso da prestadora de serviço, Mara Alcântara que começou a visita no Chocolat Amazônia justamente no estande de São Félix do Xingu. Apreciou o doce feito com frutas produzidas pela empreendedoras.
“Para mim é um privilégio muito grande participar dessa oportunidade, eu também trabalho com mulheres e sou empreendedora e o governo fazer esse investimento aqui no Estado é muito bom, principalmente para nós mulheres; o interessante é que se a gente for observar, elas vieram de cada local do Estado, de diferentes regiões, olha a oportunidade que nós estamos tendo, principalmente nós mulheres na frente desse trabalho, eu quero parabenizar o nosso governador por mais essa iniciativa”, disse Mara Alcântara que trabalha como mentora de mulheres.
Articulação - Além de estarem visitando, expondo, comercializando e repassando conhecimento, há um grupo de mulheres por trás da realização e organização do Chocolat Amazônia e Flor Pará. É o caso da coordenadora do festival, engenheira agrônoma Dulcimar Melo, que conta com a parceria de outras servidoras da Sedap.
“Aqui temos uma representatividade grande do público feminino, seja através das nossas agricultoras e empreendedoras, das nossas servidoras e das demais instituições que participam e do nosso público. Isso nos deixa muitos felizes”, ressaltou.
O Festival Internacional do Chocolate e Cacau e Flor Pará é uma realização da Sedap. A programação será realizada até o próximo domingo das 14h às 22h (no domingo até às 21h).