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Hospital de Clínicas leva atenção à saúde mental a quilombolas de Cachoeira do Piriá

Moradores de três comunidades tiveram acesso, durante três dias, a vários serviços, como vacinação, exames e consultas

Por Governo do Pará (SECOM)
10/09/2024 14h57

Em mais uma ação do programa estadual “Saúde Por Todo o Pará”, a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC) levou atendimento em saúde mental a três comunidades quilombolas do município de Cachoeira do Piriá, no nordeste do Estado. Juntamente com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais (CESIPT) e em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) foram realizados cerca de 1.500 atendimentos, incluindo vacinação, exames e consultas, durante três dias de atividades, na primeira semana de setembro, nas comunidades Camiranga, Bela Aurora e Itamoari. 

A equipe multiprofissional de saúde mental do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna contou com profissionais de psicologia, serviço social, educação física e terapia ocupacional. Foram oferecidos atendimentos e serviços de promoção à saúde com atividades físicas, circuitos funcionais e massoterapia. Houve ainda orientações sobre benefícios assistenciais, terapia psicossocial, terapia de estimulação cognitiva e terapia familiar.

Segundo a terapeuta ocupacional Amanda Pires, o apoio multiprofissional oferecido visa também a manutenção do bem-estar. “Aqui, a nossa contribuição é entender o que tem disponível na comunidade e o que a gente pode organizar junto com as pessoas, para que elas consigam cumprir uma rotina que seja saudável e ofereça esse bem-estar completo. E aqui a gente também consegue fazer algumas atividades específicas. Tem os atendimentos individuais, que são possíveis fazer. Além desses, já aconteceram atendimentos voltados principalmente para o campo do autismo, que é uma demanda grande dessa população”, disse Amanda Pires.

Para Delici Teixeira, mãe do Matias, diagnosticado com paralisia infantil, a orientação recebida sobre os cuidados e estímulos que devem ser feitos para a saúde do filho foi muito importante. “Eu tenho um bebê especial. Essa criança hoje foi atendida na casa dele. Eu estou muito feliz. Já estou dando entrada no passe-livre dele para fazer as viagens para as consultas em Belém. Eu estou muito feliz com essa equipe que hoje está aqui realizando nossos sonhos”, acrescentou Delici. 

Continuidade - Essa é a terceira ação do programa “Saúde Por Todo o Pará” em que a equipe multiprofissional do Hospital de Clínicas participa, gerando impactos positivos na promoção à saúde dos povos originários. A primeira foi realizada no município de Tucuruí, no sudeste paraense, na aldeia indígena da etnia Tembé, e a segunda São Geraldo do Araguaia, em aldeias do território Sororó.

As ações visam facilitar o acesso à saúde pelos povos tradicionais. “Nós estamos na comunidade quilombola trazendo serviços de saúde. Sou coordenadora de campo do ‘Saúde por Todo Pará’, uma Coordenação que traz serviços de saúde por todo o Pará, e agora a gente está com essa parceria com a coordenação indígena e quilombola. É de suma importância essa ação, porque a gente traz serviços para as pessoas que estão muito distantes desses serviços de saúde. Trouxemos um laboratório em parceria com a UFPA, médicos, enfermeiros, técnicos, odontólogo para fazer palestra, com entrega de kit para as crianças. E eles ficam muito agradecidos, porque não têm, habitualmente, esses serviços dentro da comunidade. A gente vem para somar e facilitar esses serviços a eles”, informou a coordenadora Maria Regina Cunha.

No Pará, devido à grande extensão territorial, nem todas as comunidades de povos originários conseguem ter fácil acesso aos serviços de saúde no seu município. Por isso, estreitar esses serviços e atendimentos de forma humanizada, respeitando a diversidade local, é muito importante para o fortalecimento da saúde coletiva.

“A Sespa, por meio do Programa ‘Saúde por Todo o Pará’, tem tido um diferencial no atendimento em saúde às populações tradicionais, f0azendo as ações chegarem até as comunidades de forma facilitada, levando todos os serviços que geralmente são buscados na capital para dentro dos territórios. Isso é muito importante porque fortalece os vínculos coletivos das comunidades tradicionais, movimenta as comunidades locais, o envolvimento que é tripartite. Ele é sociedade civil, é estado, é comunidade, é a extensão, também, por meio da Universidade Federal do Pará, que tem sido nossa parceira há um bom tempo dentro dessas ações nas comunidades tradicionais, tanto quilombolas quanto indígenas e ribeirinhas.. Levar esses serviços de forma específica, diferenciada, com equidade e humanização, é um traço fundamental para que as ações de saúde pública de fato aconteçam na ponta, para as populações tradicionais”, ressaltou Lorena Mendes, técnica em Antropologia da CESIPT.

Texto: Mariela Oliveira - Ascom/HC