Governo busca mecanismos para agregar mais valor à produção de abacaxi
Com uma produção anual de mais de 320 milhões de frutos e uma área plantada que já supera em muito a casa dos 10 mil hectares em todo o Estado, o Pará é hoje o maior produtor nacional de abacaxi. O fruto amarelo se transformou em ouro nas mãos dos produtores, gerando ocupação e renda para milhares de trabalhadores rurais, em parte também graças às políticas de incentivo que vêm sendo implementadas pelo Governo do Estado nos últimos anos.
O Governo do Pará investiu, por exemplo, em obras de infraestrutura como o asfaltamento da antiga vicinal do bambu, via fundamental para o escoamento da produção de abacaxi de Floresta do Araguaia, município líder nacional na produção do fruto e responsável por 76,45% da produção paraense. O governo também investiu em uma política de incentivo à implantação de agroindústrias e de fomento ao cultivo, como explica o titular da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Hildegardo Nunes. “Na área agrícola, a principal ação desenvolvida pelo Estado tem sido a de fomentar as boas práticas de cultivo, ajudando na incorporação de novas tecnologias ao processo de produção, controle de pragas e doenças, assim como identificar e procurar sanar gargalos para o crescimento sustentável da produção”, afirma.
E são exatamente estas questões os alvos das mesas redondas e palestras do VI Simpósio Nacional da Cultura do Abacaxi, que está sendo realizado no município de Conceição do Araguaia. O simpósio, que reúne representantes dos maiores estados produtores e pesquisadores de renome, começou na quarta-feira (11) e segue até sexta-feira (13). A abertura do evento teve a presença do vice-governador Zequinha Marinho, do presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater-PA), Paulo Pedroso, e do Diretor Geral da Adepará, Luciano Gudes, além do secretário Hildegardo Nunes.
Durante a abertura, Hildegardo destacou a importância do cultivo de abacaxi para a economia paraense e, principalmente, para a região sudeste do Pará. “O abacaxi representou a redenção para a economia dos municípios da região sudeste do Pará. Foi a cultura do abacaxi que pode transformar áreas já antropizadas ou de terras consideradas pouco ricas em regiões de intensa produção agrícola e que levaram o Pará a ser hoje o maior produtor nacional de abacaxi, gerando ocupação e renda para milhares de trabalhadores rurais”, lembrou Hildegardo Nunes.
O titular da Sedap destacou ainda que o governo estadual está discutindo como avançar nas políticas de estímulo à produção. “O olhar do governo agora é no sentido de integrar os três eixos da produção que são a inovação, a verticalização e a sustentabilidade e agregar valor nestes três eixos. Não basta apenas produzir e exportar. É preciso atingir novos nichos e o Estado deve fomentar isto utilizando o Banco do Produtor para atender às necessidades dos agricultores de agregar mais valor à produção”, afirmou.
A região do sudeste paraense é responsável por 85% da produção estadual, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao abrigar os dois municípios líderes em produção no Estado: Floresta do Araguaia e Conceição do Araguaia. O terceiro maior produtor de abacaxi é Salvaterra, na região no Marajó, responsável por 3,12% do total produzido no Pará. Além de maior produtor paraense, Floresta do Araguaia é o maior produtor nacional e apresenta a maior indústria de suco concentrado da fruta do Brasil com capacidade de 4 mil toneladas/mês, exportando para os países da União Europeia, Estados Unidos e Mercosul.