Software de rastreabilidade é apresentado a produtores de cacau em Tomé-Açu
O sistema é fruto da parceria com o Sebrae-Pará para atendimento de atividades produtivas, e foi desenvolvido com recursos do Funcacau
A entrega de um software de rastreabilidade do Projeto de Indicação Geográfica (IG) de Tomé-Açu do produto cacau foi uma das atividades que marcaram o XIII Seminário Sistemas Agroflorestais do município, na Região de Integração Rio Capim, nordeste paraense, realizado na quinta (29) e sexta-feira (30).
O desenvolvimento do software é fruto da parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-Pará), visando ao atendimento de atividades produtivas. A inovação foi financiada com recursos do Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (Funcacau), cujo Conselho Gestor é coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap).Márcia Tagore ressaltou a importância do software para o monitoramento do Conselho Gestor da IG
O software, explicou a engenheira agrônoma Márcia Tagore, coordenadora do Programa de Indicação Geográfica e Marcas Coletivas do Estado do Pará (IG e MC), é importante para o acompanhamento e monitoramento do Conselho Gestor da IG, ajudando a verificar o cumprimento das ações estabelecidas no "caderno de especificações" depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).
A coordenadora frisou, ainda, que o sistema contempla informações que podem ajudar o agricultor familiar e os produtores rurais a aperfeiçoar processos de gestão da propriedade e das atividades produtivas, oferecendo ao consumidor as informações necessárias sobre critérios sociais, ambientais e econômicos. “Às vésperas da COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas), as IGs são instrumentos de destaque, visto que são conhecidas e adotadas no mundo todo”, acrescentou Márcia Tagore.
Valorização - A importância da experiência dos produtores de Tomé-Açu com Sistemas Agroflorestais (SAFs), e com a Indicação Geográfica, pode contribuir para a proteção, valorização e reconhecimento do território, disse ainda a coordenadora, ressaltando a contribuição da cultura japonesa ao Pará. A IG Tomé-Açu (município que concentra a terceira maior colônia japonesa no Brasil) para o produto cacau foi a primeira do Pará a ser reconhecida.
Além de Márcia Tagore, representou a Sedap o engenheiro agrônomo Fernando Reis, do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura (Procacau).
Parcerias - O trabalho em parceria, também ressaltado pela coordenadora, envolve 45 instituições governamentais e não governamentais, e contempla 10 atividades, entre as quais seminários, intercâmbios e capacitações, culminando com a entrega do software de rastreabilidade.
“As parcerias são essenciais para o sucesso das atividades, e todo produtor pode se beneficiar com o uso do sinal distintivo da IG de Tomé-Açu, desde que cumpra três itens: esteja inserido no território; cumpra o estabelecido no caderno de especificações e esteja dispostos ao acompanhamento do Conselho Gestor, prestando informações pelo software de rastreabilidade”, informou.
O papel do Funcacau direcionado às atividades no Estado foi destacado por Fernando Reis no Seminário aos produtores e representantes institucionais de Tomé-Açu e de outros municípios do Pará, e também para visitantes do Japão, Suriname e São Paulo, incluindo pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O segundo e último dia do evento contou com quatro oficinas, encerrando as atividades de aprendizado e troca de experiências.