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Pássaros Juninos, teatro e debates movimentam Feira Pan-Amazônica do Livro

Neste domingo (18), a Feira recebeu, em especial, a atriz, diretora e pesquisadora Olinda Charone e o escritor e poeta João de Jesus Paes Loureiro

Por Carol Menezes (SECOM)
18/08/2024 17h46

O segundo dia de programação da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, que é realizada no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia até 25 de agosto, recebeu, na tarde deste domingo, 18, a atriz, diretora e pesquisadora Olinda Charone e o escritor e poeta João de Jesus Paes Loureiro para um debate sobre "A poética do imaginário amazônico nos cordões populares". Mediados por Josebel Fares, que é doutora em Comunicação e Semiótica, os dois falaram sobre suas perspectivas sobre uma das manifestações culturais mais ricas e autenticas do Pará no espaço Arena das Multivozes.

Uma das fundadoras do Grupo de Teatro Cuíra, Olinda Charone conta que acabou se tornando uma brincante de pássaro há 21 anos, quando se dedicou a estudar o tema. À época, ela fazia pós-graduação e queria se manter em um assunto que envolvesse crianças. 

Cofundadora do Grupo de Teatro Cuíra, Olinda Charone: "Os Pássaros Juninos são uma comunidade emocional""Eu fazia teatro há 30 anos, e quando comecei a brincar com o pássaro Tem Tem, quando me apaixonei por ele, eu vi que eu não sabia nada daquele teatro ali, era outro tipo de dramatização. E eu vi que as crianças aprendiam essa atuação pela observação, eu vi que ali é uma comunidade emocional, e por isso me apaixonei tanto, porque eles recebem com um amor muito grande", relatou a pesquisadora Olinda Charone.

Paes Loureiro, um dos maiores estudiosos da semiótica amazônica, falou da dignidade do trabalho do pássaro. Ele contou ainda não concordar com uma fala do escritor paraense Benedito Nunes (1928-2011) que comparava pássaro a uma ópera, pelo fato de que trata-se de uma manifestação mais acessível.

Escritor João de Jesus Paes Loureiro no debate sobre "A poética do imaginário amazônico nos cordões populares""Isso vem de um tempo que corresponde à fase após o modernismo, quando os antropólogos, os estudiosos saíam do Brasil para analisar o que chamavam de folclore. Mas é equívoco de época, queriam aplicar no Brasil teorias sobre a cultura que vinham de fora, porque tudo que havia de cultura popular na idade média era raiz do folclore. Antes do descobrimento tínhamos cultura, arte indígena e isso não é folclore. Folclore é aquilo que não se sabe autoria, folclore é o que foi trazido pleo colonizador. O que se tem nascido e criado aqui temos como arte popular. Por isso pássaro junino não é folclore porque tem origem definida, autores, não tem modelo único a ser seguido", desenvolveu o escritor e poeta, Paes Loureiro.

Teatro - "Os pássaros não são passíveis de ser presos pois são livres, são do teatro", diz Ester Sá para iniciar o espetáculo"Iracema Voa", que lotou a Arena das Artes no fim tarde de domingo. A atriz, contadora de histórias, encanadora e cantora homenageia vida e obra de Iracema Oliveira, homenageada da 27ª edição da Feira, durante o espetáculo.

Doutora em Comunicação e Semiótica, Josebel Fares, também, participou do painel sobre as manifestações culturaisA estudante de Letras Ariane Brabo, 18, estava passeando pelo Hangar quando viu a fila para a peça e se interessou de entrar. "Acho muito interessante que a gente não fica só entre os livros, tem outras atividades de cultura em geral, tem teatro, música. Tudo fica mais dinâmico", reconheceu.

O segurança Silvio Roberto Monteiro, de 50 anos, levou o neto, Samuel, de apenas um não para conferir a vida de Iracema Oliveira no teatro. "Ele está começando a prestar mais atenção nas coisas, cores, movimentos, então resolvi trazer ele aqui. Enquanto isso a vó dele está na praça da alimentação com outras pessoas da nossa família que vieram. E a gente quer vir de novo em outro dia da programação", antecipou.