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SAÚDE E INCLUSÃO SOCIAL

Paciente de 79 anos aprende a escrever o próprio nome no Hospital de Castanhal

Em tratamento de câncer de pele, o pedreiro Pedro Lopes Lima foi incentivado a não abandonar a assistência e ainda aprendeu a escrever

Por Ascom (Ascom)
16/08/2024 10h32

O pedreiro Pedro Lopes Lima, de 79 anos, iniciou o tratamento do câncer de pele, no ano de 2023, no Hospital Regional Público de Castanhal. Ele é natural de Peixe Boi, mas mora em Castanhal, e recebeu apoio da equipe assistencial do HRPC tanto para não abandonar o tratamento e saúde, quanto para realizar o antigo sonho de saber escrever o próprio nome. 

A supervisora de oncologia, enfermeira Samara Carvalho, conta que, em mês de março deste ano, a equipe percebeu a ausência de Pedro, e montou uma estratégia para que ele retornasse ao hospital.

“Percebemos uma dificuldade na comunicação porque nem ele e nem a esposa atendiam o celular ou viam as mensagens. Então montamos um estratégia para resgatar seu Pedro. O serviço social entrou em contato com o CRAS do bairro onde ele mora e uma pessoa ia até a casa dele para avisar do dia da consulta”, contou.

Pedro é um homem simples, alegre e falante. E mesmo com as limitações provocadas pela doença, ele manifestou a vontade de aprender a ler e escrever o próprio nome.  

“Ele contou que tinha começado a estudar à noite, mas que teve um problema lá na escola e as aulas do EJA (Educação para Jovens e Adultos) foram encerradas e ele não conseguiu escrever. Então decidimos que nos dias que ele vem para as sessões de quimioterapia, ele iria realizar esse sonho”, contou a enfermeira Samara Carvalho.

A enfermeira Mayra Leitão é a “professora”, a enfermeira Samara é a “diretora da escola”, segundo o próprio Pedro. E, dessa forma, com paciência e cuidado, o tratamento do paciente é realizado, assim como o sonho da escrita do pedreiro de 79 anos. A letra dele ainda é um pouco de criança, mas o nome Pedro Alves de Lima já aparece firme nas páginas do caderno do orgulhoso "aluno".

“As pessoas pensam que o idoso não tem direitos. Eu tentei estudar, mas não deu certo, mas aqui na escola da diretora Samara, eu estou aprendendo. Gosto muito de vir para o hospital. Todos aqui são muito pacientes comigo”, disse Pedro.

A cada consulta e sessões de quimioterapia, Pedro passa pelas “aulas” na sala da enfermeira Mayra e já sai com o dever de casa que será corrigido no retorno do paciente.

“Passamos a desconfiar que ele estava tento uma ajudinha de alguém (risos), pois a letra estava um pouco diferente. Esse trabalho que fazemos com ele é muito gratificante e percebemos que ele se sente melhor e tem prazer em voltar para o tratamento que é tão importante”, disse a enfermeira Mayra Leitão.

Texto de Patrícia Baía