Seduc comemora consciência negra e leva programação cultural para a Praça da República
Dentro da série de programações alusivas ao mês da Consciência Negra, a Coordenadoria de Educação para Promoção da Igualdade Racial (Copir), da Secretaria de Educação (Seduc) promoveu, neste domingo (22) uma "Ação Pedagógica-Cultural" na Praça da República. A programação se iniciou às 9h e contou com danças, apresentação de projetos de educação que combatem o racismo, participação de escolas que desenvolvem atividades de afirmação da identidade negra, além de intervenções de lideranças do movimento negro.
A coordenadora da Copir, Creusa Santos, explicou que as escolas fizeram vários projetos pedagógicos durante o ano letivo com a temática da consciência negra com o objetivo de conseguir instrumentalizar, tantos professores, como alunos, de práticas pedagógica inovadoras que possam incentivar uma atitude antiracista. "O objetivo é garantir aos alunos afrodescendentes o direito de ser diferente na demanda racial", comentou.
Para o professor de capoeira Waldeci Rodrigues, que participou da programação na Praça da República, o contato com a cultura afro é muito importante para os alunos e para toda a sociedade pois pode revelar aspectos da cultura brasileira ainda desconhecidos. "adorei a programação. Foi muito gratificante e fez pensar sobre as atitudes racistas que ainda persistem na sociedade brasileira", declarou.
A aluna da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Padre Francisco Berton Adriane Freitas participou da programação mostrando ao público o projeto "Jogos ao redor do Mundo". O projeto ensina convivência, postura e atenção, e envolve alunos de 5ª a 8ª série e representantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
"Trouxemos para a praça jogos que trabalhamos não só na escola como também fora dela. São jogos africanos que são muito importantes para que as pessoas tenham uma atitude de respeito a esta cultura", explicou a aluna. Na programação os alunos ensinaram o publico a jogar o Mancala, de origem africana, pertence a uma família de jogos de tabuleiro jogada ao redor do mundo. Jogos de mancala têm um papel importante em muitas sociedades africanas e asiáticas, comparável ao do xadrez no Ocidente.
A Cor da Cultura - Durante a semana escolas estaduais pertencentes às 20 Unidades Seduc na Escola receberam kits com material pedagógico visual e audiovisual para auxiliar os professores desenvolverem projetos que tenham a igualdade racial como tema. O material contém tanto as histórias, lendas e mitos africanos, assim como a contextualização dos traços da cultura afro dentro da cultura brasileira.
O programa “A Cor da Cultura” surgiu em 2004 enquanto um projeto social com o objetivo de valorizar o patrimônio cultural afro-brasileiro e reconhecer a contribuição da população negra à sociedade brasileira dando visibilidade a sua história não associada à escravidão.
O kit do programa é composto por três cadernos para professores com dicas de uso do conteúdo; Glossário – Memórias das palavras; CD Gangue – A herança africana que construiu a música brasileira; 01 jogo educativo – Heróis de todo mundo. 08 fitas VHS - Nas fitas estão reunidos episódios produzidos por cinco séries do Canal Futura especialmente para o projeto A Cor da Cultura. São eles: Livros Animados (3 fitas, com 10 episódios), Nota 10 (1 fita, com 5 episódios), Mojubá (2 fitas, com 7 episódios), Ação (1 fita, com 4 episódios), Heróis de Todo Mundo (1 fita, com 30 heróis). Há uma versão em CD room.
O projeto “A Cor da Cultura” é uma parceria entre o Canal Futura, o CIDAN – Centro de Informação e Documentação do Artista Negro, a SEPPIR – Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a TV Globo, a TV Educativa e a Petrobras, visando unir esforços para a valorização e preservação do patrimônio cultural afro-brasileiro.
Igualdade racial - A Escola Nagib Coelho Matni localizada no bairro do coqueiro, inicia nesta Segunda (23) sua semana da Consciência Negra. A programação irá ocorrer do dia 23 ao dia 27 deste mês e contará com contação de histórias, danças, exposição de pratos da culinária afro-brasileira, palestras sobre movimentos como hiphop e políticas publicas inclusivas para negros.
A escola Almirante Renato Guillobel, do bairro de Val de Cans, fez, no dia 14 de novembro, a “XX feira de atividades escolares” com a temática “Africanidade Brasileira”, o evento mobilizou toda a escola, inclusive os pais e a comunidade ao redor da escola. Pela feira passaram cerca de mil pessoas que viram exposições de jogos lúdicos, contos, vocabulário, culinária e religião que perpassam a temática da africanidade brasileira.
Já a escola Esther Bandeira Gomes, do bairro da Sacramenta, realizará no dia 27 de novembro uma Feira Cultural que apresentará todo conteúdo produzido na semana de 09/11 a 26/11 que terá como tema central a consciência negra.
As escolas Manoel Leite Carneiro e Nossa Senhora do Rosário também irão realizar atividades alusivas ao dia nacional da consciência negra com oficinas e palestras sobre a cultura africana.