Fapespa participa do evento comemorativo aos 73 anos de fundação da CAPES
A Capes é responsável por aproximar o Brasil de países onde a ciência, a tecnologia e a inovação são diferenciais no desenvolvimento e qualidade de vida de seus povos
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) reuniu convidados na noite da última quinta-feira, 11, para comemorar a trajetória, conquistas e desafios de uma das mais relevantes engrenagens na estrutura do Ministério da Educação, que irá qualificar futuros pesquisadores e cientistas brasileiros.
O titular da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Marcel Botelho, participou do evento, representando o governador do Estado, Helder Barbalho. Em seu discurso, Marcel reconhece as ações desenvolvidas pela Capes para aproximar o Brasil de países onde a ciência, a tecnologia e a inovação são diferenciais no desenvolvimento e qualidade de vida de seus povos.
“Tenho certeza de que é uma instituição madura que reconhece a necessidade de um investimento diferenciado para a região amazônica e em parceria com a Fapespa, tem condições de identificar as áreas prioritárias para o nosso desenvolvimento”, reconheceu Botelho.
O Pará tem um Plano de Bioeconomia que norteia os caminhos, considera a importância dos saberes tradicionais advindos da vivência dos povos originários floresta, dos produtos não madeireiros dessa floresta, da necessidade do uso das plantas e essências desse rico e complexo bioma.
“Sobre o uso desse patrimônio natural, em benefício das populações desta região, em conversa recente com a presidente da Capes, Denise de Carvalho, ele fala e defende, claramente, as nossas possibilidades de mais estudos e processamento de fármacos e de outros produtos oriundos da floresta. Neste aspecto, a presidente Denise, recebeu com entusiasmo a ideia de implantação de centros de referência, por exemplo, na área da química, da farmacologia, que vão fazer com que esses conhecimentos tradicionais se transformem em produtos da bioeconomia para o desenvolvimento dessa região. É nesse sentido que nós podemos apresentar, de imediato para a COP 30, mostrando que a Amazônia pode ser um modelo diferenciado de desenvolvimento do que foi feito até hoje no mundo, e com isso servir de novo paradigma para uma sociedade próspera, uma sociedade rica com pessoas saudáveis e com qualidade de vida”, aposta o presidente da Fapespa.
Química na Amazônia
Sobre a ideia que surgiu em conversas após as programações da 76ª Reunião Anual da SBPC, sobre a necessidade de se implantar um Centro de Química Analítica em Bioeconomia para a Amazônia, a presidente da Capes, que não escondeu o entusiasmo ao ser confrontada com a ideia, lembrou que na Amazônia há muitos programas de química, de engenharia química e de bioprocessos.
“Eu tive a oportunidade de conhecer nesta SBPC, em Belém, vários grupos qualificados em química da UFPA, UFOPA, UNIFESSPA, UEPA, dos institutos federais que podem muito bem contribuir com os desafios e sucesso de um centro voltado a processar esses produtos da floresta e desenvolvendo essa rica região. Muito interessante essa ideia, acho que temos os ingredientes necessários para essa outra química, entre o que a floresta oferece e os pesquisadores da região estão aptos, para não perdemos essa oportunidade, essa necessidade”, alerta Denise.
1951, nascimento da Capes
A criação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) aconteceu por meio de uma campanha nacional feita em 1951, para trabalhar o aperfeiçoamento do pessoal de nível superior.
Esse desafio foi executado por uma Comissão, instituída pelo Decreto 29.741/51, de 11/07/1951, composta por representantes de diferentes órgãos do governo e entidades privadas. Seu presidente foi o ministro da Educação e Saúde, Ernesto Simões Filho e por seu secretário-geral, o professor Anísio Spínola Teixeira.
Em 1952, a CAPES iniciou oficialmente seus trabalhos, avaliando pedidos de auxílios e bolsas. Em 1953 foram concedidas 54 bolsas e em 1954, foram disponibilizadas 194. Em 1961, a CAPES passou a ser subordinada diretamente à Presidência da República e lá permaneceu até 1964, quando retornou à administração do Ministério da Educação e Cultura – MEC – sob nova direção e na condição de Coordenação. No ano seguinte, 38 cursos stricto sensu, 27 de mestrado e 11 de doutorado foram oferecidos no País.
Entre as autoridades acadêmicas, pesquisadores, professores e convidados de outras instituições que prestigiaram o evento dos 73 anos da Capes, a ilustre presença do cientista Ricardo Galvão, que assumiu a presidência do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em 17 de janeiro de 2023.
Galvão foi diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e reconhecido pela revista Nature como uma das dez pessoas mais importantes para a ciência em 2019.
Além disso, em 2021, ele recebeu o Prêmio da Liberdade e Responsabilidade Científica da Associação Americana para o Avanço da Ciência. O evento aconteceu nas modernas instalações do prédio das pós-graduações do reconhecido Instituto de Tecnologia (PPGITEC) da Universidade Federal do Pará (UFPA).