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Fapespa sedia evento sobre intercâmbio e colaboração

Representantes de países da União Europeia apresentaram oportunidades para brasileiros. Iniciativa faz parte da programação da 76ª SBPC

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
10/07/2024 21h31

A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas, a Fapespa, sediou nesta quarta-feira, 10, parte da programação da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A Fundação abriu as portas para participantes do evento, interessados em acompanhar a palestra “Oportunidades de Mobilidade e Cooperação científica Brasil-Europa”. A iniciativa foi pensada para apresentar possibilidades de colaboração internacional de pesquisadores brasileiros com instituições de países da União Europeia. 
 
“É uma ação visando a internacionalização dos grupos de pesquisas e residentes aqui do estado do Pará. Muitas vezes temos bons projetos, boas ideias, pessoas capacitadas, mas que desconhecem os caminhos. Há chamadas abertas disponíveis para intercâmbio e financiamento de pesquisas que, algumas vezes, ficam sem candidatos, justamente por falta desse diálogo. Trazer a comunidade europeia para cá com representantes dessas agências de fomento europeu foi fundamental. Eu tenho certeza que abriu mentes e novas oportunidades aos participantes. A Fapespa, o Governo do Estado do Pará, tem buscado essa internacionalização, especialmente neste momento em que estamos sendo muito procurados devido à COP 30, em Belém, que traz olhares para a Amazônia”, explica Marcel Botelho, diretor-presidente da FAPESPA.

Participaram representantes da França, Noruega, Bélgica, Alemanha, Itália, Suécia e instituições da União Europeia. Todos apresentaram modalidades de pesquisas financiadas e incentivadas pelos países. Charlotte Grawitz representou a iniciativa europeia Euraxess, instituição que abre as portas para pesquisadores do Brasil e do mundo que almejam fazer mobilidade ou trabalhar com pesquisadores europeus. “Há um grande interesse dessas iniciativas no Pará e no Brasil. A prova disso é que hoje tivemos um auditório totalmente ocupado na Fapespa. É extremamente importante firmarmos essas colaborações, uma vez que todos nós enfrentamos desafios globais e só colaborando os poderemos resolver. Portanto, é importante que pesquisadores do mundo todo possam circular, possam trabalhar juntos para encontrar soluções locais e globais”, conclui Charlotte.
 
Dentre as oportunidades apresentadas estão as do programa Erasmus Mundo, com vagas para mestrado e doutorado. As estatísticas da iniciativa apontam alta taxa de sucesso entre os brasileiros, que a partir da aprovação na candidatura, ganham a possibilidade de desenvolver pesquisa na Europa com financiamento da União Europeia. Outra modalidade de intercâmbio apresentada foi a do programa “Ações Marie Skłodowska-Curie”, para doutorado, pós-doutorado, intercâmbio pessoal e de cofinanciamento de pesquisa e inovação.
 
Foi a partir de uma parceria entre Brasil e Noruega que a Cintia Carvalho conseguiu a oportunidade de desenvolver o doutorado na Universidade de Oslo, na capital do país europeu. “Participando desse intercâmbio pude desenvolver a minha pesquisa de processamento de sequenciamento de DNA. Participei também de cursos ligados ao programa que enriqueceram muito a minha experiência profissional e pessoal. Essas oportunidades muitas vezes são desconhecidas e para a gente, da nossa região, parece ser muito distante conseguir fazer um intercâmbio na Europa. Esse evento da Fapespa nos permite perceber que, na verdade, é uma possibilidade real e acessível. Torço para que mais eventos como esse sejam feitos para divulgar essas oportunidades”, opina a doutoranda.
 
A palestra contou ainda com a participação de Odir Dellagostin, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, a CONFAP, que reforçou a importância dessas internacionalização. Ao final das apresentações e roda de perguntas dos participantes, os palestrantes receberam presentes com itens representando a cultura parense e nortista.

Diagnóstico - Esta quarta-feira (10), também foi marcada por palestra da Fapespa, representada pelo presidente Marcel Botelho, sobre os avanços e investimentos destinados à Amazônia. A palestra foi realizada, no auditório Benedito Nunes, na Universidade Federal, como parte integrante da programação da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Na oportunidade, o presidente da Fapespa defendeu a necessidade de investimento mais igualitário para todas as regiões do país. “ Na Amazônia se não desenvolvermos o uso de tecnologia, o uso de inovação, conservação da floresta mas se nós perpetuarmos o mesmo valor de investimento que é feito através do cálculo só pelo PIB nós não vamos mudar a realidade”, defende.

O titular da Fundação de Amparo a Estudos e Pesquisas apresentou indicadores que evidenciam a discrepância de investimentos para ciência, pesquisa e tecnologia, especialmente para a Amazônia, quando os dados são analisados levando-se em consideração área para uma pesquisa, por exemplo.

“E quando a gente fala de dinheiro a região Norte recebe um total de zero treze dólares por quilômetro quadrado, enquanto que região sudeste recebe dois dólares por quilômetro quadrado. Portanto, nós temos que ter investimento robusto, investimento contínuo para mudar a realidade, para alavancagem da ciência, tecnologia no nosso Estado. ”, destacou.