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VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA

Secretaria de Saúde Pública do Pará realiza capacitação de entomologistas para diagnóstico de flebotomíneos

Flebotomíneos são pequenos insetos conhecidos por transmitir as leishmanioses, popularmente chamadas de “calazar” e “ferida brava"

Por Rafaela Palmieri (SESPA)
04/07/2024 13h17

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) finalizou nesta quinta-feira (04), uma capacitação essencial para entomologistas e agentes de endemias, focada no diagnóstico de flebotomíneos, pequenos insetos conhecidos por transmitir as leishmanioses, popularmente chamadas de “calazar” e “ferida brava”. O treinamento contou com a participação de 13 profissionais de diversos municípios, incluindo São Domingos do Capim, Tucuruí e Parauapebas, com o objetivo de descentralizar e fortalecer a vigilância entomológica no Estado.

O evento não contou apenas com a participação de profissionais locais. Na primeira semana de curso contou com a presença dos pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública de São Paulo - USP, Fredy Galvis e Amanda Andrade. Já na segunda semana Rafaela Albuquerque e Silva, consultora técnica do Ministério da Saúde, veio a Belém especialmente para ministrar a capacitação. Ela destacou a relevância da descentralização do diagnóstico taxonômico de flebotomíneos.

"Essa capacitação é extremamente relevante porque atualmente essa atividade é desenvolvida pelo nível central do Estado, especialmente pelo laboratório de entomologia e alguns centros regionais. Nosso objetivo é descentralizar essa atividade para as regionais e municípios, promovendo um atendimento mais ágil e eficiente para a população", afirmou Rafaela. "Essa iniciativa visa não apenas a descentralização, mas também a promoção do conhecimento e a qualificação do corpo técnico".

A capacitação de entomologistas e agentes de endemias é um passo crucial para o fortalecimento da vigilância entomológica no Pará. Com profissionais bem treinados e preparados para diagnosticar e controlar os flebotomíneos, a Sespa espera melhorar a resposta às leishmanioses e outros agravos, beneficiando diretamente a saúde pública do Estado.

Importância da descentralização do diagnóstico - Andrea Amaral, técnica em entomologia da Sespa, destacou a importância da capacitação para descentralizar o diagnóstico de espécies. "O objetivo dessa capacitação é preparar o nível regional para descentralizar o diagnóstico de espécies, tornando esses técnicos aptos a realizar treinamentos nos municípios e, dessa forma, capacitar as equipes locais para realizar seus próprios diagnósticos de espécie," explicou Andrea.

A iniciativa reflete o compromisso da Sespa em melhorar continuamente a qualidade dos serviços de saúde e a capacidade de resposta às doenças endêmicas, proporcionando uma cobertura mais abrangente e eficaz em todo o Pará.

Jeniel Santos Rocha, técnico de entomologia e um dos participantes da capacitação, ressaltou a importância do evento para a estruturação das equipes de entomologia. "A capacitação tem uma visão de estruturação e preparação dos técnicos envolvidos dentro do grupo de entomologia. Essa estruturação dá um norte para as equipes de entomologia em relação às ações de controle dos agravos existentes nas regiões. Nosso papel é repassar essas informações para as equipes regionais, atuando como agentes multiplicadores", disse Jeniel.

A capacitação incluiu atividades práticas, onde os participantes puderam aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos sobre o diagnóstico e controle desses vetores.

Leishmanioses: calazar e ferida brava - As leishmanioses, conhecidas popularmente como “calazar” (leishmaniose visceral) e “ferida brava” ou "úlcera de bauru" (leishmaniose cutânea), são doenças causadas por parasitas transmitidos pela picada de mosquito-palha (cangalhinha) infectado, que normalmente adquire o parasita ao picar animais portadores, como cachorro, gatos e ratos. O “calazar” pode afetar órgãos internos e ser fatal se não tratado.

Os sintomas incluem febre, tosse, dor abdominal, anemia, perda de peso, diarreia, fraqueza, aumento do fígado e do baço, além de inchaço nos linfonodos. A “ferida brava” causa lesões na pele que podem evoluir para feridas nas mucosas, como a boca e o nariz. As feridas causadas pela leishmaniose tegumentar são avermelhadas, ovaladas e com bordas delimitadas. 

Em caso de suspeita de leishmaniose, é importante que o dermatologista ou infectologista seja consultado para que seja feita uma avaliação dos sintomas e iniciado o tratamento, que pode ser feito com o uso de medicamentos específicos.

Texto: Bianca Botelho / Ascom Sespa