Hospital Galileu promove conscientização para trânsito seguro nas estradas em julho

Em média, um dia de internação de um paciente hospitalizado para tratar consequências de um acidente de trânsito, traz despesa ao Sistema Único de Saúde (SUS) de quase R$ 700. Esse valor é ainda maior quando acrescentado as cirurgias, as terapias pós -operatórias, sem falar nos custos com os danos dos veículos envolvidos, seguros e indenizações. Porém, as sequelas mais caras são as que ficam no corpo e na mente. Para quem vai sair de férias e pegar as estradas neste mês de Julho, o Hospital Estadual Público Galileu (HPEG), na região metropolitana de Belém, alerta que é necessário redobrar a prudência e evitar férias danosas e traumáticas.
 
Referência do governo do Estado em traumas ortopédicos, a unidade gerenciada pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), recebe ao menos 80% dos seus pacientes em tratamentos de sequela em decorrência aos acidentes de trânsito, sobretudo, envolvendo as motocicletas.
 
A médica Isabella Sizo, diretora técnica do HPEG, destaca a necessária atenção para quem vai pegar as estradas, neste mês de férias escolares. "É preciso rever as condições mecânicas do veículo, fazer uma alimentação leve e descansar antes de dirigir. As condições físicas do corpo interferem sobremaneira na condução de qualquer veículo. O cinto de segurança é indispensável, assim como os acentos e cadeiras infantis e o capacete em caso de quem vai viajar de moto’’, alertou a profissional.
 
Consequências

Os acidentes de trânsito podem causar uma ampla variedade de sequelas físicas e psicológicas, destaca a doutora Isabella Sizo. ''Há pacientes que apresentam dores crônicas, dificuldades na fala, perda da visão ou parte dela, deficiências físicas temporárias ou permanentes, com necessidade de reabilitação por um longo período e dificuldades de locomoção'', enfatiza a médica, que destaca também que em alguns casos, as pessoas ficam dependentes de cadeiras de rodas, muletas, e podem ter problemas neurológicos perdendo a memória. 

A diretora destaca ainda que as sequelas dos acidentes de trânsito em casos mais graves, interferem na vida social,  profissional e financeira das vítimas.  ''Percebemos através dos relatos dos pacientes que estão na unidade, que muitos deles  deixam de trabalhar, precisam solicitar benefícios ao INSS, perdem sua renda ou parte dela, encerram negócios e perdem parte de seus rendimentos quando são autônomas. São sonhos interrompidos ou adiados, como viver atividades recreativas ao lado dos filhos e da família'', frisa. 

Tratamento 

O tratamento para as vítimas de acidentes de trânsito depende da gravidade dos ferimentos e da extensão dos danos causados. Algumas lesões comuns incluem fraturas, cortes, ferimentos internos, danos à coluna vertebral, traumatismo craniano e lesões músculo-esqueléticas. Em casos graves, ainda, pode ser necessária cirurgia ou internação hospitalar.

''Os pacientes com traumas ortopédicos são atendidos pela equipe multiprofissional da instituição. Eles diariamente  e são acompanhados por  médicos, fisioterapeutas, nutricionistas,  fonoaudiólogos, odontólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, farmacêuticos, além de psicólogos. Temos uma assistência completa e holística envolvendo a saúde do corpo e da mente'', observou a gestora.  

Prevenção – Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), por ano, o Brasil desperdiça 3% do Produto Interno Bruto (PIB), o que vale, em média, cerca de R$220 bilhões, para pagar os custos decorrentes dos acidentes de trânsito. A gravidade dos desastres nas estradas reflete diretamente nos custos médico-hospitalares.

''Diante aos traumas que atendemos aqui, percebemos que as perdas são muito significativas para as pessoas que se envolvem em acidentes de trânsito e para os seus amigos e familiares. Por isso,  faz parte das diretrizes do Galileu trabalhar em ações relacionadas à segurança viária para redução de acidentes e mortes nas vias públicas, que são as principais causas de internação de seus pacientes, com a média de até 80% das suas internações'', completou a  diretora executiva do HPEG, Liliam Gomes. 

Serviço:

A unidade, localizada na Avenida Mário Covas, nº 2553, é referência em ortopedia, cirurgias de fraturas de baixa e média complexidade, exceto fraturas de fêmur, quadril e coluna, e próteses. São realizados também procedimentos em fratura diafisária da tíbia, fratura distal do antebraço e mão, e osteomielite crônica e aguda. O HPEG mantém 104 leitos de internação e o Serviço de Reconstrução e Alongamento Ósseo, além de realizar cirurgias de traqueia e urológica, como hiperplasia prostática benigna, exclusão renal e triagem com biópsia de próstata.

 Texto de Roberta Paraense