Mães se destacam na preparação de atletas paraenses paralímpicos
Nas Paralimpiadas Escolares que acontecem na cidade de Natal (RN) até esta sexta-feia 27, são muitas as histórias de superação que surgem a cada instante. Crianças e adolescentes que nasceram com algum tipo de deficiência ou que foram vítimas de acidentes acabam encontrando no esporte uma forma de recomeçar e ter uma vida com saúde e cheia de desafios como qualquer outro jovem. Mas existe uma personagem central que contribui decisivamente para que tudo isso aconteça, a mãe.
Muitas mães, por conta da dificuldade de locomoção de seus filhos, acabam acompanhando-os nas competições. A delegação do Pará trouxe para Natal seis mães da capital e interior do estado que ajudam seus filhos na viagem e também nas competições. Essas mães deixam tudo para trás e se dedicam aos seus filhos, faltam no trabalho e na escola, mas estão sempre apoiando os apoiando.
Essa situação pode ser muito bem observada com as mães dos atletas da bocha, pois nessa modalidade os alunos tem muita dificuldade de locomoção e precisam a assistência direta de outra pessoa. Esses atletas possuem grande comprometimentos em função da paralisia cerebral e não conseguem se encaixar em nenhuma outra modalidade no esporte adaptado.
Rosângela Nogueira, mãe do atleta Arison Renan, da Escola Municipal Checlara Sallin Kayate, de Barcarena, tem 38 anos e trabalha em um posto de saúde onde mora, e disse que apesar de todas as dificuldades, sempre incentiva a prática esportiva na vida do seu filho.
"O Arison treina há cinco anos, inicialmente competia no atletismo, mas por comprometimentos e perda de alguns movimentos foi classificado para competir na bocha. Me sinto muito orgulhosa por ele e espero que continue sempre no esporte. Faço tudo que está no meu alcance e apesar de ser uma vida muito corrida, é sempre muito gratificante também", disse a mãe.
Já Fernanda Melo Coutinho, de 32 anos, é mãe de Lucas Coutinho de Sousa, também do município de Barcarena, e está acompanhando o seu filho pela primeira vez. "Estou muito feliz por estar participando dessa parte tão importante da vida dele. O esporte mudou a minha vida e vida do meu filho, é muito maravilhoso poder ajudá-lo nesta jornada", declarou Fernanda.
Segundo Ana Glória Guerreiro, Coordenadora do Núcleo de Esporte e Lazer (NEL), a participação da família e muito importante para o desempenho do alunos e fundamental para que possam continuar no esporte. "O envolvimento da família ajuda o nosso aluno e faz com que a mãe perceba que o filho dela não é diferente, tem apenas uma deficiência e isso facilita a exposição dessa criança e o esporte e a educação juntos contribuem para o desenvolvimento desse aluno".