Governo e Fetagri discutem criação de Câmara Técnica
A inserção da agricultura familiar como importante segmento da economia estadual foi o tema do encontro que reuniu nesta terça-feira (31) representantes do governo do Estado e da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagri) na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap). O objetivo é a criação de uma Câmara Técnica voltada à organização do trabalho da agricultura familiar, verticalização das cadeias produtivas e a certificação da produção artesanal.
Esta foi a segunda reunião para discutir a criação da Câmara Técnica de Trabalhadores composta pela Sedap, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e Fetagri. O projeto foi proposto pelo deputado estadual Carlos Bordalo (PT), enfatizando a necessidade de uma política de Estado que garanta a continuidade das ações de governo no Pará.
A diretora de Agricultura Familiar da Sedap, Consuelo Castro, informou que o governo quer atender os trabalhadores rurais, especialmente os da agricultura familiar, para “mudar a realidade da economia paraense que hoje importa 80% dos alimentos”. As proposições da Fetagri serão analisadas para saber o que pode ser atendido pelo governo e inserir o segmento da agricultura familiar no Pará 2030.
A presidente da Fetagri, Ângela de Jesus, disse que outras atividades da agricultura familiar precisam ser contempladas no programa e não só a mandioca, que é uma das prioridades do Pará 2030. “A fruticultura e a criação de pequenos animais, por exemplo, podem ser desenvolvidas no Estado com o apoio do programa. Queremos ter um diálogo construtivo com o governo e apresentar propostas que atendam as reais necessidades dos trabalhadores”, informou.
Uma das reivindicações dos agricultores é a ampliação da assistência técnica para garantir a qualidade da produção. Hoje a Emater não tem técnicos suficientes para atender toda a demanda do Estado. “Esse serviço também é de responsabilidade das prefeituras e do governo federal, mas sempre buscamos alternativas para compensar as nossas limitações de recursos”, informou Paulo Lobato, assessor técnico da Emater.
Os agricultores não querem mais apenas fornecer matéria prima e pedem a instalação de pequenas agroindústrias para beneficiar os produtos e aumentar a renda. Querem também acesso aos espaços públicos para a comercialização direta do produtor ao consumidor nas feiras da capital.
O projeto da Câmara Técnica dos Trabalhadores deverá estar pronto até o início de 2018. A próxima reunião de trabalho será no dia 5 de dezembro, na Sedap.
