Sespa reforça importância da prevenção no combate ao vírus zika no Pará
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) tem intensificado as ações para o controle do vírus zika no Pará. O trabalho é feito em parceria com os municípios, principalmente aqueles que já registraram casos da doença. O diretor do Departamento de Controle de Endemias da Sespa, Bernardo Cardoso, informa que é de suma importância a contribuição da população no processo. “É necessária a colaboração de todos no que tange ao acúmulo de lixo e água em recipientes no quintal. Deve-se manter portas e janelas fechadas ou teladas. Também é importante que a população facilite o trabalho dos agentes de endemias, seguindo as orientações”, diz.
“Estamos também buscando parceria com outras instâncias, como as secretarias de Meio Ambiente, Obras Públicas, Educação e Urbanismo. Precisamos formar uma força-tarefa para combater o inimigo comum, o mosquito Aedes Aegypti. Por isso estamos finalizando um plano de ação com protocolo de atendimento para os casos suspeitos de zika”, reforça o diretor.
A zika é uma doença autolimitada, normalmente de evolução benigna, caracterizada pelo quadro clínico de febre, dor de cabeça, hiperemia conjuntival não pruriginosa e não purulenta, dores nas juntas e manchas avermelhadas na pele, que na maioria dos casos desaparecem após três a sete dias. Mais de 80% dos casos não desenvolvem manifestações clínicas. O principal modo de transmissão do vírus é por vetores, especialmente a fêmea do mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue e da chikungunya.
O tratamento dos casos sintomáticos de zika é baseado no uso de paracetamol ou dipirona para o controle da febre e da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outras drogas anti-inflamatórias. “Ainda não se conhece a fundo o potencial de morbidade e letalidade da doença. No momento há em estudos uma possível correlação entre a infecção e a ocorrência de síndrome de Guillain-Barré e síndrome de microcefalia em locais com circulação simultânea do vírus da dengue”, diz Bernardo Cardoso.
Até o momento há registro de 36 casos de zika no Pará, sem confirmação de óbito. No Estado, a detecção do vírus é feita somente no Instituto Evandro Chagas (IEC). As amostras de sangue são coletadas em pacientes atendidos nas Unidades Básicas de Saúde e hospitais públicos e privados, que mandam o material para o Laboratório Central do Estado (Lacen) para ser, posteriormente, encaminhado ao Evandro Chagas.
Recomendações – O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus zika e o surto de microcefalia na região Nordeste. A confirmação foi possível a partir da identificação do Instituto Evandro Chagas, que detectou a presença do vírus em amostras de sangue e tecidos do recém-nascido que morreu no Ceará. Aos gestores e profissionais de saúde, a Sespa orienta que todos os casos de microcefalia sejam notificados imediatamente por meio de um formulário eletrônico e que também sejam reforçadas as ações de prevenção e controle vetorial em áreas urbanas e peri-urbanas, conforme estabelecido nas Diretrizes Nacionais de Programa Nacional de Controle da Dengue.
É importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal nos serviços de saúde. Além disso, a orientação é que elas evitem o consumo de bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não usem medicamentos sem orientação médica e evitem contato com pessoas com febre ou infecções. A vulnerabilidade do feto tem maior risco no primeiro trimestre de gestação.
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é importante para identificar oportunamente a associação com o zika, e imediatamente tomarem-se as medidas de controle. Em caso de dúvidas sobre a doença ou qualquer outra orientação, basta entrar em contato com a Coordenação Estadual de Controle da Dengue, Zica e Chikungunya pelo telefone (91) 4006-4219 ou e-mail denguesespa@gmail.com.