Sespa faz mutirão na Santa Casa para detectar doenças hepáticas
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Hepatites Virais, em parceria com o Centro de Referência Estadual de Diagnóstico e Tratamento das Doenças do Fígado, fez nesta terça-feira (15), na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, um mutirão para o exame de elastografia hepática transitória, indicado para avaliação do grau de fibrose hepática em pacientes com doença hepática crônica. O procedimento foi feito por meio do Fibroscan, equipamento que dispensa o corte e a perfuração e possibilita ao médico acesso ao diagnóstico a partir de dez minutos.
“O mutirão foi feito para os pacientes oriundos da Universidade Estadual do Pará (Uepa), Cesupa, Hospital das Clínicas e Santa Casa. Cerca de 50 pessoas estiveram presentes e fizeram o exame”, disse a médica hepatologista da Sespa Márcia Iasi. O aparelho recebeu calibragem e voltou a operar normalmente. Pacientes que estavam agendados foram convocados para fazer os exames. “Descobri a doença em 2010 e, desde então, faço tratamento. Quando me ligaram nem acreditei que finalmente iria conseguir fazer o exame”, disse aposentada Minervina Saraiva, 60 anos.
A professora Andreia Siqueira, 42, descobriu que tinha hepatite há dois anos, durante o pré-natal. Ela conta que precisava do exame com urgência e não tinha como pagar. “Meu exame estava agendado para maio, e minha médica estava me cobrando com muita urgência. Não tinha como pagar um particular porque é muito caro. Agradeço à Santa Casa pela excelente estrutura e pelos profissionais que tratam a gente da melhor forma”, reconheceu.
A aposentada Maria Lobato Correa, 72, faz tratamento desde 2012, quando descobriu a hepatite, e desde então procura sempre fazer os exames dentro do prazo. Ela disse que foi pega de surpresa quando entraram em contato para ela fazer o exame. “Fiz antes do tempo previsto. É rápido, indolor, e em menos de cinco minutos já saímos com o resultado”, contou.
Os novos medicamentos contra a doença são fornecidos pela Sespa. Os remédios Sofosbuvir e Daclatasvir foram enviados ao Estado pelo Ministério da Saúde, conforme previsto no novo protocolo de tratamento para hepatite C, anunciado em julho deste ano pela União. Segundo informações do Ministério da Saúde, o Pará é o terceiro da agenda nacional a receber o material, devido ao intenso trabalho de políticas públicas voltadas à prevenção e tratamento das hepatites desempenhadas pela Sespa e demais parceiros.
Em função do estímulo ao diagnóstico precoce, os casos de hepatite têm aumentado no Pará. Entre 2007 e 2014 foram 2.211 registros do tipo B e outras 871 ocorrências da forma C. Só no ano passado, surgiram 242 casos de hepatite B, além de 91 do tipo C. De janeiro deste ano até o momento já foram diagnosticadas 304 pessoas com hepatites, das quais 148 com o tipo A, 103 com o vírus B e outras 53 para a tipagem C. Os números já incluem o quantitativo de pessoas diagnosticas no período da campanha Julho Amarelo.
A estimativa do Ministério da Saúde é que no Brasil 800 mil pessoas estejam infectadas pelo vírus B e 1,5 milhão de pessoas pela hepatite C. Da infecção até a fase da cirrose hepática, pode levar de 20 a 30 anos, em média, sem nenhum sintoma. (Colaborou Andréa França, da Ascom Santa Casa)