Audiência pública trata dos impactos causados pelo naufrágio em Barcarena
A Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados fez, na última terça-feira (15), audiência pública para discutir os impactos econômicos, sociais e ambientais no Polo Industrial de Barcarena, decorrentes, especialmente, do naufrágio do navio Haidar, ocorrido no último dia 6 de outubro. A embarcação estava atracada no porto de Vila do Conde, com cinco mil bois vivos, que iriam para o mercado internacional.
A audiência atendeu requerimento do deputado Arnaldo Jordy. O secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Thales Belo, participou do encontro, em que foram discutidas as providências assumidas no Termo de Compromisso fimado pelos Ministérios Públicos do Estado e Federal, Companhia Paraense de Desenvolvimento Econômico e Companhia de Habitação do Pará e pelo Instituto de Terras do Pará (Iterpa), para ajustes na consulta aos moradores da área do distrito industrial no processo de remanejamento da população atingida pelo acidente. O trabalho também terá a participação da Semas, Companhia Docas do Pará (CDP), Defensoria Pública e das empresas responsáveis pela carga e pelo navio: Minerva Foods e Global Agência Marítima.
O secretário adjunto Thales Belo avalia que "o momento da audiência foi extremamente importante perante os parlamentares, instituições e lideranças comunitárias que se fizeram presentes, por mais uma oportunidade de se fazer expor todas as ações executadas pelo Estado, que reafirmou o compromisso em continuar diligências voltadas à regularidade ambiental e de responsabilidade social, com relação ao acidente ocorrido".
Para o deputado Arnaldo Jordy, as empresas responsáveis demoraram a tomar as providências necessárias nos primeiros dias depois do naufrágio, o que agravou o impacto ambiental, com vazamento de óleo e a putrefação dos animais afogados, presos no fundo do rio, poluindo as praias da região, que foram interditadas, com evidentes riscos à saúde das pessoas.
Na audiência, foi exposto ainda que, antes do acidente, motivados por outras ocorrências poluidoras, os habitantes de Barcarena já reclamavam que os empreendimentos industriais locais vêm causando danos ao meio ambiente e problemas de saúde a quem mora na região e que os impactos ambientais têm provocado dificuldades à população.