Escola estadual de Cametá estimula práticas sustentáveis com projetos de Educação Ambiental
Para construir uma escola mais sustentável e conscientizar os estudantes e a comunidade sobre a importância da Educação Ambiental, a Escola Estadual de Ensino Médio Júlia Passarinho, no município de Cametá, tem desenvolvido projetos exitosos, como por exemplo, a reciclagem de garrafas pet.
Desenvolvido pelo professor de química Clebson Prazeres, o projeto “Horta suspensa em ambiente escolar: uma proposta sustentável para reuso de garrafas pet e água das centrais de ar-condicionado” tem estimulado ações sustentáveis dentro da escola e trabalhado proposições acerca da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que acontecerá em Belém em 2025.
“As ações do projeto de horta em ambiente escolar, na perspectiva da escola sustentável e em consonância com alguns objetivos da sustentabilidade e proposições da Agenda 30, são desenvolvidas desde meados de 2023 no campo do química e consistem desde o reuso de garrafa pet, a compostagem para construção de horta horizontal e vertical, alimentação saudável, mudança hábitos e atitudes”, contou o professor responsável pelo projeto.
Iniciativa que deu certo - Apesar de ter sido elaborado para ser apresentado na Feira Científica da escola em 2023, o projeto continua a todo vapor. De acordo com o professor Clebson, o projeto foi pensado e envolveu a consciência e sustentabilidade ambiental, reciclagem e reaproveitamento de garrafas pet e água, englobando questões como alimentação saudável, produções sustentáveis de alimentos, mudanças de hábitos, consumismo e reaproveitamento de recicláveis. Já este ano, os estudantes estão trabalhando com o processo de compostagem a partir dos resíduos orgânicos gerados da merenda escolar e outros materiais, como explica o professor.
“Usamos materiais como casca de ovos, borra de café, restos de frutas e legumes trazidos pelos estudantes de seus lares. Também diversificamos a possibilidade de produção de horta. Na atualidade estamos cultivando hortaliças pelo processo de hidroponia (cultivo em meio líquido) tendo como vasos a casca de coco e marmitas de isopor onde são despejados o chorume coletado do processo de compostagem para nutrir as plantas. Estamos cultivando algumas verduras, hortaliças, temperos usados por vezes na merenda escolar e plantas medicinais com o intuito de reacender a cultura do uso e cultivo de remédios caseiros”, afirmou Clebson.
Ainda segundo o docente, o projeto da horta e reciclagem foi planejado com o objetivo de chamar a atenção para as questões ambientais locais e “a Escola Júlia Passarinho desempenha uma função primordial de intervenção ao trazer para debate pedagógico assuntos que permeiam a realidade de onde está inserida e dos alunos que educa.”
Para a estudante da 3ª série do Ensino Médio, Sabrina Rodrigues, o projeto mudou sua forma de ver o mundo e pensar educação ambiental dentro e fora da escola. “O projeto é de suma importância porque não trabalha apenas aquela questão de ganhar notas e conceitos, mas ele também cria em nós, estudantes, pelo menos no meu ponto de vista, a consolidação da questão da educação ambiental. É um projeto que desafiou a gente, que fomenta a educação ambiental e eu acho muito interessante”, avaliou.
Ainda segundo Sabrina, os projetos de sustentabilidade desenvolvidos na escola estimulam a pensar em uma vida melhor. “Me estimula a pensar em uma vida mais sustentável porque nos faz refletir: ‘será que vou ter um alimento que não tenha agrotóxico daqui com o tempo? Mas se eu tiver uma horta e plantar e cultivar, vou ter um alimento mais seguro, um alimento mais puro’", comentou a estudante.
Mude o mundo, mudando primeiro você - Ainda desenvolvendo a educação ambiental na escola, os estudantes da Escola Júlia Passarinho participaram do projeto “Mude o mundo, mudando primeiro você”, que por meio de atitudes sustentáveis como a coleta e a reciclagem de garrafas pet para fabricação de vassouras ecológicas (visando a diminuição do impacto ambiental), objetivou despertar nos estudantes a necessidade de mudança individual.
Responsáveis pelo projeto, a professora de matemática, Graça Ribeiro, e o professor de física, Ronisson Duarte, contam que a iniciativa de reutilização de garrafas pet visou mostrar aos estudantes e a todos que participaram das ações do projeto como materiais recicláveis podem ser transformados em produtos úteis e esteticamente agradáveis.
“O projeto não visava apenas incentivar a reutilização de materiais, reduzindo o impacto ambiental, mas visava também proporcionar oportunidades para os estudantes desenvolverem habilidades práticas, liderança, empreendedorismo social e engajamento cívico. Pode-se dizer que foi um projeto inovador em nossa escola assim como os demais projetos que foram desenvolvidos voltados para a questão da sustentabilidade como a horta ecologicamente sustentável, alimentação saudável e tantos outros”, explicou a professora Graça.
Ainda segundo a professora, o novo componente obrigatório de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima impulsionou ainda mais a realização dos projetos dentro da escola. "Com a vinda do componente curricular de Educação Ambiental esse trabalho ganhou ainda mais consistência porque passamos a trabalhar e a discutir a questão da educação ambiental dentro de sala de aula de forma mais clara e, quando fazemos isso, a escola como um todo passa a ser não só um reflexo dos conceitos multiculturais e interdisciplinares, mas sim torna-se uma necessidade, haja vista que é uma preocupação quanto às soluções que se pretendem para garantir uma melhor qualidade de vida às futuras gerações", destacou Graça.
Segundo os docentes, durante o projeto, realizado no final de 2023, foi possível observar que “todos os estudantes da escola estavam capacitados para serem agentes de mudanças em suas comunidades, promovendo a conscientização sobre a importância da sustentabilidade e da reutilização de materiais que causam impactos ao ambiente. Evidenciou-se que o trabalho muito contribuiu para mudanças de consciência e atitudes dos alunos não só dentro da escola mas também fora dela, eles passaram a ter um novo olhar para com o meio ambiente, o cuidado com si próprio e com o próprio planeta sempre pensando em ações para ter um mundo mais sustentável e pensando sempre nas futuras gerações”, enfatizou a professora.
Texto: Fernanda Cavalcante - Ascom/Seduc