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CIIR encerra programação ‘Abril Azul’ com troca de experiências entre pais e profissionais

Por Pallmer Barros (CIIR)
30/04/2024 16h18

O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, encerrou nesta terça-feira (30), no Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea), a programação alusiva ao “Abril Azul”, iniciativa que lembra anualmente o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril. O evento iniciou no último dia 4, no Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cetea), serviço gerenciado pelo CIIR, que promoveu a 1ª edição do "Show de Talentos" e a exposição de Atividades Expressivas produzidas pelos usuários.

Com a temática nacional “Valorize as capacidades e respeite os limites”, ao longo do mês, o “Abril Azul” também oportunizou ações de educação em saúde que envolveu acompanhantes e profissionais, que juntos, trocaram experiências e novos saberes no Cetea e no Natea abordando diversas temáticas, com destaque à roda de conversa sobre "Seletividade Alimentar sob o Espectro do Autismo", conduzida pelas nutricionistas Luana Oliveira e Jessica Ventura; que estiveram acompanhadas das fonoaudiólogas Denise André e Ana Paula Rocha; além das terapeutas ocupacionais, Maria Rita Melo e Izabella Frazão. 

“As rodas de conversas oportunizaram conhecimento para as mães adquirirem ainda mais estratégias e saber quais são os profissionais que elas podem estar solicitando auxílio, porque não é apenas consultar o nutricionista. Existe uma equipe multiprofissional na qual é composta por psicólogos, médicos, além de envolver a terapia ocupacional, porque tem a questão da rigidez, do sensorial e da mastigação. A rigidez comportamental é uma das características do TEA, que também pode ser um dos motivos da seletividade alimentar”, pontua a nutricionista do CIIR, Luana Oliveira. 

Participante da roda de conversa realizada nesta terça (30) no Natea, Surama Souza, de 39 anos, considera importante a iniciativa aos pais. “O meu filho tem seletividade alimentar criteriosa. Em sua alimentação, quer somente tomar açaí, o dia todo sem ingerir outro alimento. Portanto, o evento ao cuidador nos proporciona uma valiosa troca de experiências com outros pais para que possamos socializar entre nós por meio desta rede de apoio, a fim de buscarmos mudanças nos hábitos alimentares de nossos filhos", conta a mãe do pequeno usuário, Luiz Gustavo, de 8 anos. 

O evento promovido pelo CIIR teve o objetivo de conscientizar a sociedade com mais informações e mostrar as inúmeras possibilidades de inclusão e acolhimento.

Diagnóstico – De acordo com Samilly Batista, coordenadora assistencial do Cetea, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado pela presença de comportamentos restritos, repetitivos, estereotipados e pela dificuldade na comunicação e na interação social. 

“O autismo não é uma doença, não tem uma causa única e nem cura; é uma condição permanente por toda a vida. Divido em três níveis: 1, 2 e 3 de suporte, dependendo da quantidade de apoio que essa pessoa precisa para desempenhar suas atividades; se é pouco apoio, se é um apoio muito substancial”. 

Sem números oficiais de prevalência de autismo no Brasil, mas de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), do governo dos Estados Unidos, uma a cada 36 crianças com 8 anos de idade possui o diagnóstico de autismo, ou seja, 2,8% da população tem a condição. 

O dado divulgado em 2023 parte da principal referência mundial a respeito da prevalência de autismo divulgado durante a atualização bienal, com dados de 2020. O número desse estudo científico, com mais de 226 mil crianças norte-americanas é de 22% maior que o anterior, divulgado em dezembro de 2021 quando era de uma em 44 crianças, com dados do ano de 2018.

“O autismo, de acordo com a lei 12.764/12, é considerado uma deficiência. Então, para todos os efeitos legais, uma pessoa com autismo é considerada uma Pessoa com Deficiência (PcD), possibilitando assim garantia de direitos”, complementa Samilly Batista, neuropsicopedagoga especialista em intervenção ABA (Applied Behavior Analysis, que pode ser traduzido para o português como Análise do Comportamento Aplicada) para o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Estrutura - O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários têm acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER). 

Serviço: O CIIR é um órgão do governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157/58/59.