PCEPA realiza trabalho integrado com PF em caso de corpos encontrados dentro de embarcação em Bragança
O caso que envolveu os corpos encontrados por pescadores dentro de uma embarcação à deriva, no litoral de Bragança, nordeste paraense, no último dia 13, desencadeou uma operação minuciosa realizada por peritos da Polícia Federal (PF) e da Polícia Científica do Pará (PCEPA), com aplicação rigorosa do protocolo de Identificação de Vítimas de Desastres (DVI), da Interpol.
Na fase inicial de resgate dos corpos, os trabalhos contaram com o apoio de forças de segurança estaduais - Corpo de Bombeiros Militar (BPM), Coordenação Estadual de Defesa Civil (Cedec), Polícia Militar (PM), Grupamento Aéreo do Estado do Pará (Graesp), além da Marinha do Brasil e de órgãos de segurança e defesa social de Bragança.
A atuação da PCEPA iniciou desde o registro da ocorrência, quando a equipe de peritos e remocistas do Núcleo Avançado de Polícia Cientifica de Bragança foi acionada, até a chegada da PF. Após o resgate, a embarcação com os corpos foi levada para a base da PCEPA naquele município, onde foi realizada a segunda fase da operação, com a perícia de local de desastre, exames de constatação na embarcação e em vestígios existentes no seu interior, buscando elementos identificadores dos cadáveres e de nacionalidade. O trabalho conjunto entre PF e PCEPA resultou na confirmação da real quantidade de corpos e na origem africana, partir de documentos encontrados.
Os corpos então foram removidos para a Unidade sede da PCEPA, em Belém, onde uma estrutura foi montada para realização da fase Post Mortem do protocolo DVI/Interpol, num trabalho multidisciplinar que contou com 05 estações de exames e envolveu mais de 30 servidores da PF, PCEPA e do Instituto de Identificação da Polícia Civil (PCPA). Da perícia criminal do Pará, trabalharam peritos criminais, peritos odontolegistas e médicos legistas que, inclusive, ficaram inteiramente responsáveis por duas estações de exame.
Para o Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF, a integração com a PCEPA foi fundamental para a realização dos trabalhos, sobretudo devido à disposição dos servidores e a estrutura da sede do órgão, em Belém. “Desde a ocorrência ainda em Bragança, contamos com a integração dos servidores da perícia do Pará. Não foi diferente nessa etapa em Belém, onde essa integração continuou com o adicional da estrutura da Polícia Científica, onde usamos o moderno aparelho de raio X FlatScan, câmara fria, que ajudaram que a análise das vítimas fosse realizada”, declarou Carlos Eduardo Palhares, diretor do INC e que comandou os procedimentos.
O reconhecimento da PF pela integração ficou ainda mais evidente com a entrega da Medalha da Perícia Criminal Federal para servidores da PCEPA, sobretudo aos que participaram ativamente desde o início da ocorrência. A entregua ocorreou nesta quinta-feira (25) durante o sepultamento das vítimas. “Um privilégio compor a equipe de peritos criminais da Polícia Científica do Pará desde o início desta operação, que contou com tantas outras forças da Segurança Pública. Foi um trabalho complexo, com duração total de seis dias, que culminou na cerimônia de enterro digno e humanitário dessas vítimas. Esse reconhecimento é a materialização de um trabalho de excelência, pelo qual estou orgulhosa de ter sido concluído com êxito”, disse a perita Priscilla Reis, condecorada pela PF.
“Temos uma das Polícias Científicas mais bem estruturadas do Brasil. Por isso, quando a PF pediu nossa colaboração a resposta foi positiva, pois sabíamos que tínhamos condições de fazer essa integração e colaborar com essa ocorrência por meio dos nossos peritos criminais e nosso aparelhamento. Isso é resultado de todo o investimento e apoio do Estado em prol da sociedade e da segurança pública e até quando há casos mais complexos como esse em questão”, completou Celso Mascarenhas, diretor-geral da PCEPA.