Com o apoio da Emater, chocolate artesanal é opção sustentável para a Páscoa
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) incentiva diferentes frentes da cacauicultura, atividade agrícola relacionada à plantação de cacau
Na cozinha da confeiteira Shirley Macedo, de 47 anos, a Páscoa tem sabor de Amazônia: os ovos “de colher” podem vir com recheio de doce de cupuaçu ou de pasta de castanha-do-pará, ao gosto do cliente.
O preparo das encomendas movimenta a casa no bairro Novo Horizonte, em Marituba, na região metropolitana da capital. No tempo livre, os filhos adolescentes, Kaíke, de 17 anos, e Henrique, de 14 anos, ajudam com uma ou outra tarefa culinária.
Apoiada desde 2022 por um projeto de rede de economia solidária do escritório regional das Ilhas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), a comercialização de chocolate artesanal pela família acontece o ano inteiro, mas se torna especial em datas comemorativas, como a Semana Santa.
“Até porque um produto como o nosso não entrega só um paladar, mas também uma história. É a história do povo, da tradição, do empreendedorismo. Além disso, cozinhamos com criatividade”, diz a dona da marca “Shirley Macedo Pães e Bolos” (instagram @shirleymacedo_paesebolos). Principal fonte de renda da mãe divorciada e estudante do curso de tecnologia de alimentos, os produtos costumam estar disponíveis em feiras e eventos promovidos pela Emater.
Projeto
Em Belém e municípios vizinhos, como Ananindeua e Benevides, o atendimento da Emater incentiva pequenos negócios de alimentação alternativa a se estruturar e a ampliar mercado. O foco é desenvolvimento agroecológico e aproveitamento integral de frutas, legumes, verduras e grãos.
A Emater destaca que o chocolate artesanal, por exemplo, é uma opção sustentável de presente e de consumo para a Páscoa.
O órgão de assistência técnica estadual informa também que um dos principais canais de divulgação dos produtos rurais, é a Feira Itinerante da Agricultura Familiar, instalada periodicamente em diferentes pontos. Adquirindo direto do produtor, o consumidor chega a usufruir de preços até 30% mais baratos.
Para a socióloga Delmaria Albuquerque, do escritório local da Emater em Belém, a oportunidade consagra a efetividade de políticas públicas: “Quando um produto desses chega às mãos do consumidor final, o processo representa toda uma anterioridade de muitas outras mãos: do governo, das famílias atendidas, do diálogo que construímos e dos resultados técnicos e sociais”, resume.
Cacau e chocolate paraense
A produção de chocolate é uma das pontas da cadeia produtiva do cacau, e a Emater tem expressiva atuação na Transamazônica com o segmento. Somente na região, os extensionistas estaduais acompanham 4 mil e 500 famílias produtoras e beneficiadoras.
Em todo o Pará, são mais 1 mil e 600 famílias, com destaque, por exemplo, para municípios como Tucumã, Santarém e Rurópolis.
Texto de Aline Dantas de Miranda