Estado celebra avanços no atendimento aos servidores aposentados
A musicista Itaci Ferreira, 86 anos, é professora de teoria musical na Fundação Carlos Gomes. Apesar de já estar aposentada, ela continua trabalhando. Primeiro porque ama o que faz, como ela mesmo declara, e segundo por ser uma profissional reconhecida tanto pelos alunos quanto pela própria instituição, que faz questão de mantê-la no quadro. Ela é um dos 44.561 servidores aposentados pelo governo do Estado, e integra um segmento que, segundo o IBGE, corresponde a 17% da população brasileira: o de aposentados, que comemoram hoje, 24 de janeiro, o seu dia.
Itaci Ferreira é formada em piano e começou a trabalhar com a música na década de 70. Em 1994 atingiu a aposentadoria. “Eu sou uma apaixonada pela música. Além de ter estudado no Conservatório Carlos Gomes, onde leciono, eu amo o que faço”, explica. Ela diz que optou pela teoria musical porque adora lecionar e, não por acaso, já formou várias gerações de músicos no estado. “Muitos deles ainda me visitam. Há situações em que cheguei a ser professora dos pais e também dos filhos, e isso enche de orgulho”, comenta.
Itaci também faz parte dos cerca de 30 mil servidores aposentados atendidos pelo Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará (Iasep), que garante a assistência à saúde, com efetividade, aos funcionários públicos estaduais e seus dependentes, na perspectiva da seguridade social.
No caso específico desse público, o Iasep trabalha em duas frentes: a da prevenção e do atendimento domiciliar aos que apresentam dificuldades de locomoção. No âmbito da prevenção, o instituto dispõe de um quadro de profissionais que atuam na área da geriatria, com a realização periódicas de exames, acompanhamento nutricional e fisioterapia. Além disso, o Iasep desenvolve atividades lúdicas, como dança e música, para trabalhar a socialização do aposentado. “São serviços voltados para os segurados acima de 60 anos que tem como objetivo propiciar uma melhor qualidade de vida”, explica a coordenadora de Assistência à Saúde, Lorena Bandeira.
Para os pacientes com dificuldades de locomoção, o Iasep conta com o programa “Assist-Lar”, que atende pacientes em processos pós-operatórios ou que estejam acamados, com cuidados em fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, orientação nutricional, psicologia, orientações aos cuidadores de idosos, oxigenoterapia e serviço de ambulância.
Somente no trabalho de prevenção são atendidos uma média de 250 a 300 segurados em Belém, Ananindeua e Castanhal. Apenas na capital, os atendimentos nessa frente giram em torno de 1.700 a 2.000 por mês. Já o programa “Assist-Lar” beneficia 400 segurados, sendo que 80% deles estão na faixa entre 64 e 95 anos. No ano passado, o programa recebeu 150 novos pacientes.
É o caso da professora Ana Maria Costa, 67 anos, que trabalhou a vida toda como professora na rede estadual de ensino, no município de Viseu. Aposentada há mais de 20 anos, ela sofreu um AVC que lhe deixou sem os movimentos nas pernas e desde 2015 recebe o atendimento domiciliar. “Toda vez que eu preciso, os médicos vêm em casa para me atender e deixam orientações de como seguir com o tratamento. Venho apresentando melhora nos movimentos graças à fisioterapia”, explica.
A gerente de atendimento domiciliar do Iasep, Márcia Wanzeler, explica que entre os segurados a maior parte é composta por aposentados, mas os serviços são direcionados a paciente de todas as idades. “Os profissionais orientam os familiares e cuidadores para que os pacientes tenham uma melhor qualidade de vida e conforto na ausência dos profissionais”, destaca.
Vida ativa
O aposentado Emanoel Sampaio, 73 anos, trabalhou como agente de saúde, fazendo a coleta de sangue para a realização dos testes de filariose linfática. A chegada da aposentadoria trouxe uma série de mudanças na rotina de Emanoel. A primeira foi no ritmo de vida. “Eu estava acostumado a caminhar muito, então no início foi muitio complicado, porque eu não aguentava ficar muito tempo parado”, comenta.
A alternativa que Emanoel encontrou foi participar do Projeto Vida Ativa, que atende o público da melhor idade com atividades físicas orientadas, possibilitando melhor qualidade de vida e resgatando a autoestima da pessoa idosa. “No ‘Vida Ativa’ eu encontrei atividades que ocuparam meu tempo. Gostei e me acostumei. Lá eu faço hidroginástica, ginástica de salão e, de vez em quando, também faço caminhadas, passeios e participo de festas. Fiz muitos amigos e formei uma outra família”, ressalta.
As atividades do Programa Vida Ativa são orientadas por professores de Educação Física e supervisionadas por técnicos em Gestão de Esporte e Lazer. Incluem a prática de hidroginástica, natação, caminhada, ginástica, aerodança, dança folclórica, alongamento, voleibol, ioga, xadrez e memorização.
Modernização no atendimento
O Igeprev é o órgão do governo responsável pela gestão dos benefícios previdenciários do Estado do Pará. Em novembro do ano passado, o instituto ganhou uma nova sede, mais ampla e moderna, o que garantiu agilidade e mais conforto no atendimento ao público. O novo prédio, que fica na Avenida Alcindo Cacela, bairro de Nazaré, em Belém, segue os mais altos padrões de sustentabilidade – inclusive com uso de energia solar.
A nova sede ocupa uma área de sete mil metros quadrados, tem seis andares, auditório com 205 lugares, biblioteca, dez balcões de atendimento e sala de espera para 100 pessoas, além de guichês de autoatendimento e um ambiente digital onde o servidor, ativo ou inativo, pode, por exemplo, emitir o contracheque e a cédula C, expedir declarações negativas, positivas e de dependentes e consultar o andamento de processos.
Com o novo prédio será possível também ampliar o quadro de servidores do Igeprev (que hoje somam 227), aumentando a capacidade de atendimento. A meta é contratar 74 pessoas por meio de concurso público a ser lançado no próximo ano. “Nossa missão é inovar, propor soluções e atuar de forma preventiva para atender a expectativa de vida do servidor”, afirmou o presidente do Igeprev, Allan Moreira.