Ação conjunta conscientiza viajantes sobre trabalho escravo
Conscientizar viajantes sobre o trabalho escravo na barreira da Polícia Rodoviária Federal de Benevides. Foi assim que a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), por meio da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae), trabalhou nesta sexta-feira (26), em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, que será comemorado nesta segunda-feira (28). A ação foi realizada em conjunto com a PRF, Ministério do Trabalho e Tribunal Regional do Trabalho.
A coordenadora da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo, Leila Silva explica que a ação foi realizada através de abordagens diretas a viajantes que passavam pela barreira da PRF em Benevides, na BR-316. “Todos os anos a data movimenta as Comissões do Brasil. E aqui nos reunimos com os representantes do Ministério do Trabalho, Tribunal Regional do Trabalho, Polícia Rodoviária Federal, além da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Estamos realizando abordagens aos viajantes que estão saindo da Região Metropolitana, principalmente os que estão indo de van, orientando-os sobre a questão da prevenção ao trabalho escravo e também sobre questões trabalhistas.”
De acordo com a presidente da Comissão de Direitos Humanos da PRF, Tainá Nascimento, a PRF tem como objetivo o combate a diversos tipos de crimes. Dentre esses crimes está o trabalho análogo a escravidão. “Então qualquer trabalhador que esteja submetido a uma situação degradante e desumana, que não respeita seus direitos, pode ser resgatado por uma equipe da PRF e ser encaminhado para os órgãos competentes, assim como pode haver a prisão do aliciador ou do empregador”, explica.
Raimundo Barbosa, coordenador de Fiscalização de Combate ao Trabalho Escravo no Pará e integrante da Delegacia Sindical dos Auditores Fiscais do Trabalho, revela que ações desse tipo são importantes para conscientizar a população sobre o problema. “A questão do trabalho escravo e a reflexão sobre o problema devem ser levados à população. O verdadeiro conceito do trabalho escravo deve ser entendido, para que não haja confusão sobre o que foi o trabalho escravo de antigamente e de como é essa prática atualmente”.
A viajante Nelma Ferreira foi uma das pessoas abordadas durante a ação. Ela disse não ter visto algo parecido. “Achei muito importante, pois aborda sobre a questão do trabalho escravo, algo que pode acontecer com qualquer pessoa.”
No dia 28, o Brasil lembra o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, data que teve início em 2004, após o assassinato de quatro funcionários do Ministério do Trabalho, quando apuravam denúncia de trabalho escravo na zona rural de Unaí, Minas Gerais.