Alimentação saudável na rotina escolar pode ser decisivo no bem estar infantil, orienta Sespa
No Pará, são realizadas ações de capacitação, monitoramento, assessoramento técnico junto a gestores e profissionais da Atenção Primária à Saúde e Educação pelo Programa Saúde na Escola
Com o início do ano letivo chegando na rede pública estadual, pais e responsáveis precisam estar atentos ao cuidado com a saúde alimentar dos filhos, para isso, é preciso manter um cardápio rico em termos nutricionais, e que pode ser decisivo para o bem estar da criança e do adolescente.
No Pará, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realiza constantemente ações voltada à capacitação, monitoramento, assessoramento técnico junto a gestores e profissionais da Atenção Primária à Saúde e da educação pelo Programa Saúde na Escola (PSE). Além disso, fornece material educativo para a implementação de programas nacionais que devem ser executados pelos municípios, como o "Programa Crescer Saudável" (PCS) e a Estratégia de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (Proteja).
Nutricionista técnica da Coordenação Estadual de Nutrição da Sespa, Mariana Petroli destaca a importância do ambiente familiar da criança nesse planejamento que vai desde a compra e preparo dos alimentos, bem como na forma de disponibilizar a refeição à criança. "Uma alimentação adequada e saudável deve ser baseada no guia alimentar para a população brasileira, assim como o guia alimentar para crianças brasileiras menores de dois anos de idade. O ambiente escolar também precisa ser promotor de práticas saudáveis, já que possui influência social na vida da criança e muitas fazem algumas das principais refeições do dia, no caso de creches infantis, dentro do ambiente escolar", detalha.
Para a profissional, o fato de o ambiente escolar ser caracterizado por um espaço de aprendizado afetivo, comportamental e social, as ações que estimulam o consumo de alimentos in natura, predominantemente de origem vegetal, sem adição de conservantes e aditivos, ou minimamente processados, ajudam na redução do consumo de alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo, refrigerantes dentre outros industrializados, configuram-se como importantes formas de promoção de ambientes alimentares saudáveis e de educação alimentar e nutricional.
"O fornecimento diário de alimentos saudáveis possibilita o acesso e estimula a aceitação e incorporação nos hábitos alimentares, particularmente para crianças de baixa renda", afirma. Mariana reforça ainda que os objetivos das ações de programas de prevenção da obesidade infantil tem como foco promover ambientes escolares saudáveis, com atividade física tanto em âmbito escolar como urbano, e ações de educação permanente e campanhas de comunicação na saúde.
"Por serem programas que utilizam como um dos objetivos a articulação intersetorial entre profissionais da área da Educação e Saúde, nas ações de antropometria, quando é confirmado o diagnóstico de obesidade nas crianças, os profissionais da educação podem encaminhar essas crianças para iniciar o acompanhamento ambulatorial multiprofissional nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de seu município, onde irão iniciar o tratamento e acompanhamento individual dessa criança", complementa.
Dona de casa e mãe de uma menina de 10 anos, Ieda Pimentel, busca sempre produzir, ela mesma, o lanche da filha. "Eu prezo muito pela boa alimentação, evito ao máximo o que pode trazer riscos à saúde. Aqui em casa nós temos uma regra: se comer os lanches e comidas direitinho durante a semana toda, no sábado ela fica liberada para comer o que quiser. Os lanches da escola são os que eu mais tenho atenção, já que é o lugar onde ela passa mais tempo".
Ainda de acordo Ieda, quando sua filha era menor, ela teve dificuldade para introduzir legumes e frutas nos lanches e alimentações diárias da criança. "Mesmo com essa dificuldade inicial, eu acostumei e mantive essa rotina, então hoje, já tudo bem mais fácil", reforça.
Prevenção - Os bons hábitos alimentares, além da escolha de alimentos saudáveis, também incluem estabelecer uma rotina de refeições para as crianças. É importante estabelecer horários diários para as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e para os lanches da manhã e tarde. Ter esta rotina aumenta as chances da implementação de hábitos alimentares saudáveis pela criança pelo resto da vida.
Além da atenção com a alimentação, é preciso trabalhar de forma que sejam gerados estímulos para a realização de exercícios físicos regulares e a implementação de uma boa rotina de sono na criança, pois o sedentarismo é considerado fator de risco para a obesidade em qualquer faixa etária. É importante destacar que as atividades físicas são fundamentais em todas as etapas do desenvolvimento infantil e ajudam no equilíbrio do balanço energético da criança.
Além do público de jovens e adultos acometidos pela doença, crianças inspiram cuidados, principalmente devido ao tempo que estiveram reclusos no ambiente residencial, em função da pandemia da covid-19 e restrição de aulas presenciais, que ocasionou na redução da mobilidade e realização de atividades físicas.