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PARÁ 2030

Arranjos Produtivos Locais são tema de reunião

Por Redação - Agência PA (SECOM)
22/02/2018 00h00

Trabalhar toda a cadeia de um produto, indo às vezes da semente (seleção e melhorias genéticas), passando pela indústria (desenvolvimento de máquinas e equipamentos e também de novos produtos) até chegar ao consumidor final: estes são os passos fundamentais do funcionamento eficiente de um Arranjo Produtivo Local (APL), discutidos pelo Núcleo Estadual de APL’s em reunião na manhã desta quarta-feira, 21, na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme). Mais de vinte pessoas participaram da reunião, presidida pelo secretário-adjunto da Sedeme, Eduardo Leão.

Danilo Vilar, do Serviço Nacional da Indústria no Pará, fez uma exposição sobre os serviços oferecidos pelo órgão às cadeias produtivas atendidas por APL’s no Estado e em consonância com o programa Pará 2030 (que articula ações de desenvolvimento estratégico envolvendo incentivos fiscais, infraestrutura de energia e logística e apoio e segurança institucional).

Vilar informou que o Senai atua no Pará desde 1953 e, em 2018, deve atender a mais de mil indústrias no Estado, em áreas que vão de consultoria para economizar energia a desenvolvimento de novos produtos e formatos. As empresas atendidas são gigantes como a Vale e a Hydro e também pequenos e micro-empreendimentos.

“A adequação de máquinas, por exemplo, atendendo às exigências do Inmetro, é um de nossos produtos mais demandados”, garantiu Danilo. “Não apenas pela economia, como de energia, mas também por causa da segurança dos funcionários e da adequação dos produtos ao mercado internacional.”

Roupas e Joias

Rosa Neves, do APL de Gemas e Joias, Moda, Design e Indústria de Confecções (que envolvem a chamada “economia criativa”) destacou que a cultura (a forma empírica de fazer) e matérias-primas características da região, como sementes, são itens fundamentais para este segmento, que se alimenta de novidades. “É preciso sempre desenvolver coisas novas”.

Rosa ressaltou que o São José Liberto é um espaço de economia criativa e como tal estimula e fomenta não apenas a produção, mas também a união de agentes produtores (artesãos, por exemplo), empresários, fornecedores e consumidores finais.

“Com a inauguração da loja Espaço Moda, no São José Liberto, nosso faturamento cresceu 361% entre 2016 e 2017”, informou Rosa Neves. “Somando Belém, Região Metropolitana e Abaetetuba, este segmento envolve diretamente 1136 pessoas no Estado”.

Quanto à organização e gestão, Rosa Neves disse que aquele APL tem à frente o Instituto de Gemas e Joias do Pará (Igama), diferente de outros Arranjos Produtivos, que muitas vezes são administrados pelos próprios produtores, com apoio do governo do Estado.

Mandioca

Bendito Dutra, pesquisador de mandioca e empresário, teve espaço na reunião para falar deste segmento fundamental da economia e da culinária paraense: os produtos feitos a partir da cadeia da mandioca.

Ele destacou que “a mandioca é uma cultura desorganizada há quinhentos anos” e é necessário, primeiro, investir em genética para aumentar a produtividade. “A atual forma de cultivo familiar, envolvendo queima de área e enxada, está fadada a se extinguir na próxima década, por questões ambientais e econômicas”.

Da região Bragantina, a mais renomada produtora de farinha do Pará, Bendito ainda ressaltou que o Estado é o maior cultivador brasileiro de mandioca (seguido de Bahia e Paraná), mas que é necessário não apenas desenvolver novas tecnologias para um melhor aproveitamento do insumo, como também novos produtos, com vistas à exportação.

O diretor de Indústria da Sedeme, Sérgio Menezes, convidou também produtores da economia ligada à biodiversidade para se manifestarem na reunião. Como resultado, se propôs uma união efetiva entre produtores, Governo do Estado e órgãos de ciência e pesquisa (como o Parque de Ciência e Tecnologia Guamá) e também a formação de um APL da Mandioca.

“Este APL da Mandioca será devidamente apreciado e encaminhado, e o Governo do Estado dará todo o apoio necessário, até porque é da própria natureza dos APLS exigirem ações que chegam diretamente na ponta, beneficiando prontamente pequenas empresas e pequenos produtores, como na área da agricultura”, concluiu Eduardo Leão.

Durante o encontro, chegou-se a um consenso sobre a necessidade de uma aproximação maior entre todos os atores, da produção à indústria, com foco em soluções coletivas à cadeia, que especialmente quando envolve exportação tem muitos e complexos gargalos.