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Cooperativa de internas da Seap participa da Semana de Ciência e Tecnologia

O trabalho da Coostafe, que integra o processo de ressocialização das internas, vem conquistando o público em vários eventos

Por Governo do Pará (SECOM)
19/12/2023 01h20

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) participa da “V Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Pará - Sectid 2023”, promovida pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet). A Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe) está com um estande próprio no Parque da Residência, em Belém, um dos três pontos da programação, que inclui palestras, oficinas, seminários e exposições.

Iniciada no dia 13 de dezembro, a Sectid prossegue até quarta-feira (20), tendo como tema “Empreendedorismo e inovação entre rios e florestas”. Criada pela Lei nº 8.841/2019, a Sectid 2023 tornou-se parte do calendário científico do Estado. O evento visa promover, incentivar e divulgar as atividades científicas, tecnológicas e inovadoras desenvolvidas no Pará.

Pelo trabalho criativo, com base no uso de materiais reciclados, cooperativista e com base na economia sustentável, a Coostafe conquistou seu espaço no evento. A Coostafe é a primeira cooperativa formada por mulheres privadas de liberdade, voltada para promover a ressocialização por meio do trabalho, com a produção de peças de vestuário, artesanato, bordado, costura, pintura e arte. A cooperativa é formada por 30 mulheres internas na Unidade de Custódia e Reinserção Feminina (UCRF), em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém).Estande da Coostafe na V Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Pará

Visibilidade - O trabalho desenvolvido pela Seap com a Coostafe tem alcançado o público local e de outros estados, com a participação da cooperativa em eventos diversos. Gabriele Bandeira, 30 anos, é consumidora dos produtos criados pelas “meninas”, como ela se refere às cooperadas. “Eu já conheço o trabalho delas, acompanho as meninas nas redes sociais e também já participei de outros eventos de empreendedorismo junto com elas. Eu acredito muito que o trabalho vai contribuir para a volta delas à sociedade, e torço muito por isso”, disse Gabriele.

Valeska Pereira do Nascimento, 29 anos, uma das 30 cooperadas, falou sobre sua participação na Coostafe e na Sectid. “É uma satisfação estar lá dentro, no meio daquelas mulheres. E hoje nós nos encontramos aqui na feira, no Parque da Residência, e é uma satisfação poder trazer nossos produtos para cá, mostrando a habilidade de cada mulher que se encontra dentro da unidade. Um pouco do talento de cada uma, feito com muito amor”, ressaltou.

A vivência na cooperativa desperta em Valeska o desejo de levar para outros aquilo que aprende na Coostafe, onde ela descobriu a capacidade criativa e as habilidades com costura e bordado. “É um novo caminho, e o começo de uma nova vida”, afirmou a cooperada. 

“Penso em levar meu conhecimento para fora, dar aulas e oficinas com o pouco que eu aprendi com as outras encarceradas. E é muito satisfatório, porque eu não sabia fazer nada e hoje descobri talentos maravilhosos. E eu penso em levar o meu conhecimento para fora, dar aula para as pessoas, para elas descobrirem os próprios talentos que estão presos dentro delas”, acrescentou Valeska.

“Estou me sentindo feito um passarinho, querendo voar”, contou Elenice Marques, 57 anos, ao participar da Sectid 2023. Ela aposta na Cooperativa como um dos caminhos para a ressocialização e crescimento pessoal, para si e demais companheiras que ainda não progrediram para o regime semiaberto.

“Acredito na possibilidade de nós irmos mais adiante. Acredito no potencial de cada mulher. Dentro delas têm talentos guardados, escondidos. Eu acredito nessas 30 mulheres, não somente as que estão lá, mas nas que ainda estão no (regime) fechado para virem para a Coostafe”, disse Elenice.

Segundo Lucas Daniel Brito, servidor da Diretoria de Trabalho Produção (DTP) da Seap, a participação em eventos desse porte é de grande valia para a reinserção das internas. “Elas puderam interagir com o público de várias idades, com caravanas de escolas, universidade, o público em geral. Mostrar nosso trabalho também é trabalhar na parte social das internas”, finalizou.

Texto: Márcio Sousa - NCN/Seap