Adepará realiza fórum sobre retirada da vacinação contra a Febre Aftosa no Estado
Com a finalidade de esclarecer as ações sobre a retirada da vacinação contra a febre aftosa no Estado do Pará e os benefícios que serão proporcionados aos produtores rurais, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) realizou o VI Fórum do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), nesta terça-feira (5), no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA). O evento foi promovido pela equipe gestora do plano estratégico estadual, do qual a Adepará é a presidente. O encontro apresentou aos produtores a importância da parceria deles para a execução do plano e também a manutenção do status sanitário após a suspensão. O público alvo do evento foi a cadeia produtiva, ou seja, produtores rurais, profissionais da medicina veterinária e acadêmicos, entre outros segmentos envolvidos.
"Além do Fórum ser um item do plano estratégico, é também uma oportunidade de estreitar os laços com os produtores, para que possam ficar cientes de todo o trabalho que a Agência de Defesa e parcerias vem desenvolvendo para a retirada da vacina e com isso, eles possam saber quais serão os benefícios que serão proporcionados à eles com a mudança do status sanitário", enfatizou o gerente do Programa de Erradicação da Febre Aftosa da Adepará, George Santos.
Durante o encontro, que foi transmitido de forma remota, possibilitando que todos os produtores dos municípios do Estado pudessem participar, o gerente do programa de erradicação abordou sobre o "Panorama atual das ações de implantação do Plano Estratégico 2017-2026 no Estado do Pará".
Por já se tratar de uma zona livre da febre aftosa, sem uso da vacinação desde 2000, o Estado de Santa Catarina foi representado pelo médico veterinário e coordenador Estadual de Vigilância para a Febre Aftosa e Síndrome Vesiculares, da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Ody Hess Gonçalves, que falou sobre a "Zona Livre da Febre Aftosa sem Vacinação: desafios e perspectivas".
"O trabalho desenvolvido em Santa Catarina, é muito intenso, mantemos todas as ações de vigilância, que são implementadas de outras sanidades. Temos um rebanho menor do que o Estado do Pará, e ações como essas são importantes para nós porque, mesmo já estando livre da doença há tanto tempo, conhecer outras realidades nos engrandece também", destacou o médico veterinário. Atualmente, o Estado de Santa Catarina conta com um rebanho de mais de 4 milhões de bovinos, enquanto que o rebanho do Pará possui mais de 25 milhões de animais, sendo o segundo maior do país. E a participação do médico veterinário durante o Fórum, possibilitou a troca de experiências sobre os trabalhos desenvolvidos no Estado que já possui o status de zona livre sem vacinação.
O Pará também detém o status de maior exportador de gado vivo do país, o que mostra a qualidade do serviço veterinário oficial do Estado. Com a retirada a vacina, possibilitará a abertura de novos mercados, como Japão, União Europeia e Canadá, que são mercados que possuem uma tendência de pagar melhor, proporcionando agregação de valor aos produtos de origem animal, geração de emprego e renda, além de outros incentivos à produção pecuária.
"Esta é mais uma etapa que avançamos para a retirada da vacina, prevista para 2024, e a partir de então, o Estado se tornará uma zona livre sem vacina. Isso irá reduzir os custos com a vacinação do produtor rural, e também vai possibilitar a abertura de novos mercados que são mais exigentes, proporcionando a abertura de mais empregos, geração de renda para a produção pecuária local", finalizou o diretor geral da Adepará, Jamir Macedo.
Novo Status Sanitário
A última vacinação está prevista para abril de 2024. Ainda no primeiro semestre do próximo ano, acontecerá a sorologia, um estudo que será realizado em algumas propriedades que o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) vai selecionar para testar alguns animais e constatar a ausência de circulação viral e então, validar o novo status sanitário de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação do Estado.
Com isso, os trabalhos de defesa sanitária, que garantem a qualidade do rebanho, serão mantidos e intensificados, sempre contando com a parceira do produtor rural, que lida diariamente com o rebanho em sua propriedade, notificando qualquer suspeita de doença a Agência de Defesa.