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Colegiado específico quer avanços na Política de Saúde Mental

Por Redação - Agência PA (SECOM)
03/03/2018 00h00

Com o objetivo de fortalecer as ações de humanização na Rede de Atenção Psicossocial (Raps) em Belém foi oficializado, na sexta-feira (2), em encontro na República Terapêutica de Passagem (RTP), o Colegiado HumanizaRAPs, que reúne todos os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e a RTP Mental.

Segundo o coordenador estadual de Humanização, Guilherme Martins, o novo Colegiado foi desmembrado do Colegiado maior, que reunia, além dos Caps, as Unidades Especializadas da Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública), e já vinha funcionando há dois anos e meio.

“Com a criação de um Colegiado específico da RAPs, a gente espera fortalecer e avançar mais com a Política de Humanização na área de Saúde Mental no Estado, pois a RAPs tem demandas peculiares que precisam de atenção especial, e nada melhor do que um colegiado específico para isso”, explicou Guilherme Martins.

Ele informou, ainda, que a RTP foi escolhida para esse momento porque está iniciando uma proposta nova de trabalho, que precisava ser conhecida pelos gestores das demais unidades. “A ideia é que cada reunião mensal do novo colegiado aconteça numa unidade diferente”, disse o coordenador.

Práticas de cuidado - Os Caps também foram convidados a participar do Projeto AcolheSUS, desenvolvido desde outubro de 2017. Sua finalidade é qualificar o acesso e as práticas de cuidado, por meio da implementação da diretriz Acolhimento da Política Nacional de Humanização (PNH) nos serviços de saúde. No Pará, o campo de ação do projeto é o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Renascer.

O Pará foi o único a escolher a área de Saúde Mental para desenvolver o projeto, enquanto Tocantins e Paraíba – os outros Estados escolhidos para os projetos experimentais – optaram pela área de Urgência e Emergência.  

O trabalho, em território paraense, está sendo realizado pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral da Política Nacional de Humanização, em parceria com a Sespa, via Diretoria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (DGTES) e Coordenação Estadual de Humanização.

O resultado do projeto, que se tornará modelo para todo o Brasil, deverá ser divulgado até o final deste ano. A quarta oficina será realizada nos dias 06 e 7 de março, na Escola de Governança Pública do Estado do Pará (EGPA), e contará com a participação dos gestores dos demais Caps.

Superação - O diretor do Caps Renascer, Luciano Pereira, contou sobre a experiência positiva que ele e sua equipe estão vivenciando no Projeto AcolheSUS. “Tem sido uma experiência fantástica, porque tem nos permitido fazer uma autocrítica sobre o nosso processo de trabalho, e nos ajudado a reconhecer e tentar superar as nossas dificuldades, além de melhorar a relação com as demais unidades que compõem a RAPs”, afirmou.

Luciano Pereira também enfatizou a importância do Projeto AcolheSUS para dar visibilidade à saúde mental para todo o Brasil, já que só o Pará escolheu essa área para desenvolver o projeto.

Ressocialização – A República Terapêutica de Passagem (RTP) é um serviço de acolhimento temporário que busca a ressocialização dos egressos do Hospital Geral Penitenciário (HGP), que já cumpriram a medida de segurança e não possuem vínculos familiares favoráveis para a volta ao convívio social e nem condições de autogerência. É uma unidade ligada ao 1º Centro Regional de Saúde (CRS) e funciona no antigo Ciaspa (Centro Integrado de Assistência Social), em Ananindeua.

O diretor da RTP, John Moorney, apresentou os espaços da unidade aos participantes da reunião e expôs algumas propostas para melhorar o atendimento aos moradores, como a implantação de uma biblioteca em parceria com outras entidades. “A unidade tem capacidade para atender até 10 moradores, e sua equipe funcional é composta por agentes administrativos, cuidadores e assistentes sociais. Recebemos apoio técnico da Equipe de Avaliação e Acompanhamento das Medidas Terapêuticas Aplicáveis às Pessoas com Transtorno Mental em Conflito com a Lei (EAP), responsável pela inserção do morador na RTP depois da saída do Hospital Geral”, informou John Moorney.

Na RTP, os moradores recebem alimentação e têm acesso a atividades diárias, visando recuperar as condições de autonomia e independência, e são atendidos nos Caps e na Rede Básica de Saúde.

Princípios - A diretora do Caps Icoaraci, Simone Bezerra, que foi diretora do antigo Ciaspa, definiu como inovador o espaço, e destacou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela atual gestão da RTP. “A República mostrou uma mudança importante e respeito aos princípios da Reforma Psiquiátrica”, afirmou.

Sobre o Projeto AcolheSUS, Simone Bezerra disse esperar que seja bem aproveitado e possa contribuir com as atividades de todos os Caps, assim como tem feito com o Caps Renascer.

A reunião também foi acompanhada pelo coordenador estadual de Saúde Mental, Ângelo Crescente.