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Secretaria das Mulheres debate fim da violência doméstica sob a ótica masculina

Semu participa da abertura da 25ª Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa

Por Helena Saria (FCP)
20/11/2023 23h52

A Secretaria de Estado das Mulheres (Semu) participou nesta segunda-feira (20) da abertura oficial da 25ª Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa, realizada no auditório do Fórum Cível “Agnano Monteiro Lopes”, em Belém. O destaque foi a roda de conversa sobre o tema “Homens pelo Fim da Violência Doméstica Contra a Mulher”, que reuniu especialistas para discutir o papel do homem na desconstrução da violência doméstica.

A programação começou com palestra enfatizando o ponto de vista masculino sobre a violência doméstica. “Achei muito interessante a programação do TJPA, porque começou com uma palestra sobre os homens. A gente fala muito da violência doméstica dentro de casa com relação às mulheres, mas não se preocupa de ver o lado do homem. Achei bem interessante começar a programação sendo um homem falando do ponto de vista dele o que é essa violência”, disse Cleide Amorim, secretária adjunta da Semu.

O juiz Emmanuel Jorge Dias Mouta, da Vara de Violência Doméstica de Ananindeua (na Região Metropolitana de Belém), falou sobre a mudança de foco na abordagem da violência doméstica. “A grande importância dessa Semana de Combate à Violência Doméstica é esse foco. É preciso reconstruir a crença que ele tem dentro dele do que significa ser homem, e o que significa ser mulher, a superioridade masculina. A prisão não resolve esse problema, porque ele sai da prisão com a mesma mente. A grande importância dessa Semana de Combate à Violência Doméstica é esse foco, e com certeza é a maior contribuição que pode ter para o fim da violência doméstica”, afirmou o juiz.

Masculinidades - Rafael Falcão, psicólogo da equipe multidisciplinar da Vara de Violência Doméstica, abordou a complexidade da violência masculina e a necessidade de discutir políticas públicas voltadas para os homens agressores. “A própria Lei Maria da Penha fez uma modificação dizendo que tem que fazer algum tipo de política de prevenção voltada para os homens. Você tem que discutir porque a violência na nossa sociedade está muito interligada à questão dessa construção da masculinidade, da maneira que os homens são socializados”, explicou Rafael Falcão.

Ele também ressaltou a importância de criar espaços de discussão e reflexão. “Acho que todo o trabalho vai estar incompleto se a gente não aceitar esse desafio de rediscutir e tentar criar novas masculinidades, porque são várias. Existe uma masculinidade hegemônica, que é essa que eu citei, mas há espaço para outras expressões de masculinidade”, ressaltou.

A abertura da Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa foi marcada por reflexões profundas sobre a violência doméstica e a necessidade de abordagens abrangentes e inclusivas para promover a paz social. O evento continuará abordando temas como velhice, mulheres idosas no mercado de trabalho e violência contra essa parcela da população.