Ophir Loyola orienta sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo uterino
Iniciativa integra a campanha Outubro Rosa no hospital que trata atualmente de 860 pacientes com câncer do colo do útero
Moradora do município de Vitória do Xingu, Rocineide Araújo, 57 anos, foi diagnosticada com um câncer no colo do útero em maio deste ano. A vitoriense conta que através do exame preventivo foi detectada uma lesão suspeita e o diagnóstico de malignidade veio logo em seguida, após os resultados dos exames de colposcopia e biópsia. Hoje, encontra-se internada no Hospital Ophir Loyola (HOL) para ser submetida a uma cirurgia de histerectomia em razão do câncer.
“Um dia notei uma pequena mancha de sangue na minha peça íntima e também comecei a sentir umas ‘fisgadas’ no meu ventre, então procurei ajuda médica. Quando disseram que eu tinha essa doença, fiquei muito mal, até emagreci. Eu não entendia o motivo disso estar acontecendo comigo, sempre fiz meus exames. Foi muito difícil aceitar”, disse a paciente que deve realizar a cirurgia na próxima semana.
Rocineide Araújo é uma das mais de 860 mulheres em tratamento contra o câncer de colo de útero no HOL, que é referência em oncologia e atende pacientes dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos. Somente de janeiro a agosto deste ano, o hospital recebeu 306 casos novos da doença.
A neoplasia maligna tem como principal causa a infecção genital persistente pelos tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV), que são responsáveis por 70% dos casos no País. O início precoce da atividade sexual, o tabagismo, a multiplicidade de parceiros e o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais também contribuem para o aparecimento da doença.
Paciente Rocineide Araújo Para ajudar as pacientes a compreenderem melhor a enfermidade e torná-las multiplicadoras de informação, considerando que muitas delas nunca fizeram o exame Papanicolau, a equipe de enfermagem da Clínica de Ginecologia do HOL promove ações educativas durante o mês de outubro para disseminar informações sobre os principais cânceres que afetam o público feminino. O câncer de colo uterino é o segundo mais incidente na instituição, após o câncer de mama.
“O preservativo deve ser usado em todos os tipos de relações sexuais, também é imprescindível que a mulher sexualmente ativa se submeta ao exame de rastreamento para que sejam detectadas e tradas as lesões precursoras antes de evoluirem para o câncer. O exame preventivo é realizado de forma gratuita nas Unidades Básicas de Saúde, mas ainda temos pacientes que nunca fizeram ou não o realizam com uma certa periodicidade”, informou a enfermeira Cristianne Arrais.
De acordo com o Ministério da Saúde, o exame citopatológico (Papanicolau) deve ser realizado em mulheres que já tiveram atividade sexual, na faixa etária entre 25 e 64 anos, uma vez a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais. “Atualmente, o exame é considerado a principal estratégia para detectar as lesões precursoras e para fazer o diagnóstico precoce da doença, que pode levar anos para se desenvolver e não apresentar sintomas até que esteja em uma fase mais avançada”, destacou Cristianne.
A vacinação contra o HPV também é disponibilizada pela atenção básica de saúde, para meninas dos 9 aos 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, em duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Também podem receber a vacina pessoas com HIV ou imunodepressão, dos 9 aos 26 anos, de ambos os sexos.