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OUTUBRO ROSA

Ophir Loyola orienta sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo uterino

Iniciativa integra a campanha Outubro Rosa no hospital que trata atualmente de 860 pacientes com câncer do colo do útero

Por Leila Cruz (HOL)
19/10/2023 16h35

Moradora do município de Vitória do Xingu, Rocineide Araújo, 57 anos, foi diagnosticada com um câncer no colo do útero em maio deste ano. A vitoriense conta que através do exame preventivo foi detectada uma lesão suspeita e o diagnóstico de malignidade veio logo em seguida, após os resultados dos exames de colposcopia e biópsia. Hoje, encontra-se internada no Hospital Ophir Loyola (HOL) para ser submetida a uma cirurgia de histerectomia em razão do câncer.

“Um dia notei uma pequena mancha de sangue na minha peça íntima e também comecei a sentir umas ‘fisgadas’ no meu ventre, então procurei ajuda médica. Quando disseram que eu tinha essa doença, fiquei muito mal, até emagreci. Eu não entendia o motivo disso estar acontecendo comigo, sempre fiz meus exames. Foi muito difícil aceitar”, disse a paciente que deve realizar a cirurgia na próxima semana.

Rocineide Araújo é uma das mais de 860 mulheres em tratamento contra o câncer de colo de útero no HOL, que é referência em oncologia e atende pacientes dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos. Somente de janeiro a agosto deste ano, o hospital recebeu 306 casos novos da doença. 

A neoplasia maligna tem como principal causa a infecção genital persistente pelos tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV),  que são responsáveis por 70% dos casos no País. O início precoce da atividade sexual, o tabagismo, a multiplicidade de parceiros e o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais também contribuem para o aparecimento da doença.

Paciente Rocineide Araújo Para ajudar as pacientes a compreenderem melhor a enfermidade e torná-las multiplicadoras de informação, considerando que muitas delas nunca fizeram o exame Papanicolau, a equipe de enfermagem da Clínica de Ginecologia do HOL promove ações educativas durante o mês de outubro para disseminar informações sobre os principais cânceres que afetam o público feminino.  O câncer de colo uterino é o segundo mais incidente na instituição, após o câncer de mama.

“O preservativo deve ser usado em todos os tipos de relações sexuais, também é imprescindível que a mulher sexualmente ativa se submeta ao exame de rastreamento para  que sejam detectadas e tradas as lesões precursoras antes de evoluirem para o câncer. O exame preventivo é realizado de forma gratuita nas Unidades Básicas de Saúde, mas ainda temos pacientes que nunca fizeram ou não o realizam com uma certa periodicidade”, informou a enfermeira Cristianne Arrais.

De acordo com o Ministério da Saúde, o exame citopatológico (Papanicolau) deve ser realizado  em mulheres que já tiveram atividade sexual, na faixa etária entre 25 e 64 anos, uma vez a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais. “Atualmente, o exame é considerado a principal estratégia para detectar as lesões precursoras e para fazer o diagnóstico precoce da doença, que pode levar anos para se desenvolver e não apresentar sintomas até que esteja em uma fase mais avançada”, destacou Cristianne.

A vacinação contra o HPV também é disponibilizada pela atenção básica de saúde, para meninas dos 9 aos 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, em duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Também podem receber a vacina pessoas com HIV ou imunodepressão, dos 9 aos 26 anos, de ambos os sexos.