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Unidade Móvel oferece exame preventivo em Icoaraci até o dia 28

Por Redação - Agência PA (SECOM)
22/03/2018 00h00

Continua até o dia 28 de março, no bairro da Agulha, em Icoaraci, a ação de busca ativa de mulheres que nunca fizeram ou estão há algum tempo sem fazer o exame preventivo do câncer de colo do útero. A busca ativa faz parte do Plano Piloto de Rastreamento do Câncer de Colo do Útero desenvolvido pelo Núcleo de Apoio à Gestão na Atenção à Mulher no Controle do Câncer de Colo de Útero e Mama (Nagam) da Sespa.

A ação integra a Campanha Março Lilás, de sensibilização das mulheres paraenses sobre a importância de fazer periodicamente o exame para detecção precoce desse tipo de câncer. A Campanha tem como slogan “O Pará unido na Prevenção e Diagnóstico do Câncer de Colo do Útero” e conta com o apoio do Comitê Estadual de Controle do Câncer do Colo do Útero e Mama, Regionais de Saúde e municípios paraenses.

Em Icoaraci, a coleta do material para o exame está sendo feita numa Unidade Móvel de Ginecologia da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) com apoio da Unidade Básica de Saúde da Agulha.

Nos dois primeiros dias de atendimento, foram realizadas 104 coletas em dois consultórios, que somadas às 416 coletas feitas na semana passada no bairro de Águas Negras, totalizam 520 mulheres atendimentos, sendo a meta duas mil mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos. Então, cerca de 1.500 mulheres ainda podem ser atendidas até o dia 28 de março. Para isso, basta que se dirijam ao local.

A coordenadora do Nagam, Nazaré Falcão, fez um balanço positivo da Campanha Março Lilás em todo o Estado. “Estamos trabalhando nos 144 municípios e temos recebido informações diariamente sobre as ações de sensibilização da população a respeito da prevenção do câncer de colo, assim como do incentivo às mulheres para procurarem as unidades básicas de saúde e realizarem o exame”, disse a coordenadora do Nagam. “A mulher tem que está disposta a fazer o exame, ter a consciência de que esse tipo de doença mata, mas é evitável e uma forma da gente rastrear o câncer em estágio inicial é fazendo o exame preventivo, também conhecido como Papanicolau ou PCCU”, enfatizou Nazaré.

Nazaré explicou que as mulheres, que fazem o exame em qualquer unidade de saúde e o resultado apresenta alguma lesão precursora de câncer ou câncer, são encaminhadas para unidades de referência como, por exemplo, a Unidade Materno Infantil e Adolescente (Uremia) ou Casa da Mulher, em Belém, para fazerem colposcopia e biópsia e o EZT, um tipo de cirurgia ambulatorial para tratar a lesão. Então é para essas Unidades que serão referenciadas as mulheres que apresentarem alteração no resultado do exame.

A coordenadora do Nagam informou que uma pesquisa estadual revelou que 30% das mulheres nunca fizeram o exame preventivo. “Por isso, este ano, não apenas o mês de março será lilás, mas o ano todo será lilás, porque o nosso principal objetivo é reduzir a mortalidade por câncer de colo de útero no Estado. Só em 2017, 330 mulheres morreram de câncer de colo de útero no Pará”, alertou Nazaré. Ela ressaltou ainda que, em 2017, foram descobertos 530 casos novos da doença, atendidos no Hospital Ophir Loyola (HOL) e Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) em Santarém. Mas esse número não representa o total já que não inclui os casos registrados na rede privada de saúde.

Sobre a ação de busca ativa, Nazaré disse que funciona como apoio às unidades de saúde, disponibilizando uma Unidade Móvel de Ginecologia com dois consultórios para a coleta de material para exame. “Vamos continuar com o Plano Piloto de Rastreamento do Câncer de Colo do Útero em Belém e depois estenderemos para outros bairros da Grande Belém e, posteriormente, para outros municípios, para que possamos alcançar os 30% das mulheres que nunca fizeram o exame conforme apontou a pesquisa”, explicou coordenadora do Nagam.

Para a enfermeira e coordenadora de Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), Camila Miranda, ações como essa, ajudam o município a identificar as mulheres com lesão de baixo grau ou que nunca fizeram o exame preventivo. “Ações como essa fazem com que as mulheres se encorajem, no entanto, como só a divulgação da ação pode não ser suficiente para sensibilizá-las, nós estamos indo atrás, tentando trazê-las para cá. Mobilizamos a Agência Distrital de Icoaraci e as lideranças comunitárias para fortalecer essa mobilização junto às mulheres daqui. Tem sido um trabalho árduo para atingir a meta de duas mil coletas”, disse Camila.

Ela acredita que a dificuldade em fazer exame está relacionada a um conjunto de fatores. “Para mim, a principal dificuldade são as muitas demandas no dia a dia. Às vezes, elas até têm a intenção e a vontade de vir, mas naquele dia, ou teve uma reunião na escola do filho, ou o marido adoeceu ou ela pegou a faxina. Todos esses fatores culminam para ela não chegar até aqui. Acredito que a mulher que conseguiu acessar e fazer a coleta é uma privilegiada porque conseguiu ultrapassar vários obstáculos”, avalia.

Diariamente, ressalta Camila, as unidades disponibilizam o exame preventivo para as mulheres, ou seja, a usuária vai à unidade, agenda e retorna no dia marcado para a coleta. E quando o resultado apresenta alguma alteração, a usuária é encaminhada para a Casa da Mulher, que é a Unidade de Referência Especializada para esse atendimento. “No dia a dia também, a gente tenta mobilizar não só as lideranças comunitárias, mas as escolas, associações, igrejas, em todos os locais onde as mulheres se encontram para sensibilizá-las a fazer o exame, ainda assim, é difícil elas virem”, disse a coordenadora de Saúde da Mulher.

Ela informou, ainda, que essa ação está recebendo mulheres de todos os bairros de Icoaraci. Mas está havendo mobilização, principalmente, naqueles onde muitas mulheres nunca fizeram o exame, como é o caso do bairro do Maracacuera, considerado um local bem preocupante.

E foi em Maracacuera, onde mora, que Ana Luíza Tomaz, de 47 anos, perdeu uma vizinha com câncer de colo de útero. Ela tem consciência da importância de fazer o exame periodicamente, no entanto, ressalta a importância de haver uma logística para acolher as mulheres. “Com a Unidade Móvel de Ginecologia é possível atender a um número bem maior, por ser um serviço específico para elas”, comentou.

Como nas unidades de saúde os exames são feitos por agendamento, havendo um limite por dia, Ana Luíza também está colaborando na divulgação da ação entre as amigas, vizinhas, lideranças comunitárias e grupos de mulheres, como as das quadrilhas juninas e as do clube de futebol feminino, nos bairros da Baixa Fluminense, Riso e Paracuri I e II.

A moradora contou que em Maracacuera, já houve vários casos críticos, como dessa vizinha que acabou falecendo. “Sabemos que não foi só por conta da dificuldade de acesso ao atendimento, mas também pela demora da mulher em procurar o serviço, por isso é importante fazer o exame preventivo. Quando a gente fala preventivo, estamos falando de prevenção, o que é muito melhor do que o curativo”, concluiu Ana Luíza.

Serviço: A Unidade Móvel de Ginecologia da Sespa está instalada em frente à Unidade Básica de Saúde da Agulha, em Icoaraci, até o dia 28 de março.