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Editora da Ioepa lança pesquisas sobre a obra de Dalcídio Jurandir

Estudos de mestrado e doutorado resultaram em livros que retratam características marcantes das obras do premiado escritor paraense

Por Julie Rocha (IOE)
17/09/2023 18h26

As obras do escritor paraense Dalcídio Jurandir são a base de dois livros lançados neste domingo (17), no estande da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa), no encerramento da 26ª Feira Pan-Amazônica do livro e das Multivozes, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. As duas obras são publicações da Editora Pública Dalcídio Jurandir, da Ioepa.

A tese de doutorado da professora Regina Barbosa da Costa se transformou no livro “Dalcídio Jurandir, leitor e criador de personagens leitores na Amazônia paraense”. A tese de doutorado de Max Silva do Espírito Santo foi publicada com o título “O mundo do vaqueiro no romance ‘Marajó”. Durante a tarde, os autores autografaram suas obras no estande da Ioepa. A linguagem dos dois livros foi pensada para atingir tanto o público acadêmico como o leitor comum interessado na obra dalcidiana.Pesquisadora Regina da Costa na tarde de autógrafos na Feira do Livro

Regina Barbosa relatou que sua pesquisa, resultado da tese de doutorado em Estudos Literários pela Universidade Federal do Pará (UFPA), aborda uma quantidade enorme de referências literárias das 10 obras que compõe o Ciclo do Extremo Norte de Dalcídio. Essas referências vão desde romances clássicos e populares da época até publicações, como revistas e almanaques. “Meu trabalho aborda a questão das leituras que o Dalcídio fez, e como elas estão ligadas e referenciadas em diversos personagens de sua ficção”, explicou Regina.

Novo olhar - Com 307 páginas, o livro apresenta, segundo a autora, um novo olhar sobre a produção ficcional do escritor a partir das leituras dos personagens-leitores. “Foi possível recuperar textos de grande sucesso, que circularam na região amazônica no início do século XX, mas que ficaram adormecidos durante muito tempo em estantes, livreiros, sebos, leiloeiros, bibliotecas físicas e virtuais, e que agora é possível revisitar por meio deste estudo”, explicou.

Regina Costa se debruçou sobre o ciclo do Extremo-Norte, que em 1972 consagrou Dalcídio com o Prêmio Machado de Assis, principal premiação literária brasileira. O ciclo reúne dez romances do escritor marajoara: “Chove nos Campos de Cachoeira”, “Marajó”, “Três Casas e um Rio”, “Belém do Grão Pará”, “Passagem dos Inocentes”, “Primeira Manhã”, “Ponte do Galo”, “Os Habitantes”, “Chão dos Lobos” e “Ribanceira”.

Professor Max Silva: do vaqueiro à obra de DalcídioO professor Max Silva do Espírito Santo teve acesso à obra de Dalcídio quando foi fazer mestrado, em 2019. “Eu nunca havia lido nada de Dalcídio. Minha tese era sobre a vida do vaqueiro marajoara. Na entrevista do processo seletivo fui provocado pelo professor Luiz Saraiva para que lesse o romance ‘Marajó’. A partir daí surgiu a minha pesquisa, que aborda a ficção de Dalcídio com a realidade do vaqueiro da Ilha do Marajó”, informou.

Caminhos de um marajoara - Dalcídio Jurandir nasceu no município de Ponta de Pedras, onde trabalhou como lavador de pratos, revisor e secretário tesoureiro da Intendência Municipal, e ainda colaborou com diversos jornais, como o “Estado do Pará”.

Ganhou o Prêmio Dom Casmurro de Literatura pelo romance “Chove nos Campos de Cachoeira” e o Prêmio Machado de Assis de Literatura, da Academia Brasileira de Letras, entregue por Jorge Amado. Em 1974, ele recebeu o título de Honra ao Mérito, concedido pelo Governo do Pará.