Polícia Científica do Pará participa de evento forense em Brasília (DF)
A Polícia Científica do Pará (PCEPA) participou da InterForensics 2023, considerada uma das mais importantes conferências mundiais de Ciências Forenses, sendo o evento de referência no Brasil. A conferência está sendo realizada em Brasília, Distrito Federal, entre os dias 28 e 31 de agosto.
Coordenado pela Fundação Justiça pela Ciência, o encontro objetiva gerar informação técnico-científica e apresentar novas ferramentas da indústria, agregando-as ao cotidiano dos peritos e ao meio jurídico. Como representantes da PCEPA estão a direção-geral e dos institutos, além dos peritos que apresentarão trabalhos científicos.
O destaque para a participação da PCEPA no evento se dá pela presença do perito criminal do Núcleo de Engenharia Aplicada (NEA) e pós-doutor em Geoinformática, José Alberto Sá. O perito, que já participou de várias perícias em casos de repercussão, palestrou sobre o tema Tecnologia de Radar de Abertura Sintética (SAR): Uma Abordagem Forense, apresentando estudos de casos forenses sobre a tecnologia SAR.
“A tecnologia SAR tem se destacado como uma ferramenta poderosa em várias aplicações, desde observações ambientais até monitoramento de desastres naturais. Sua aplicação no campo forense tem se mostrado igualmente promissora. A capacidade do imageamento SAR em capturar cenas detalhadas e precisas, independentemente das condições climáticas e da iluminação, o torna um instrumento valioso para investigações forenses”, afirmou o perito.
Além desta apresentação, peritos de várias áreas de conhecimento da PCEPA estiveram presentes para contribuir apresentando seus trabalhos científicos e contemplando a apresentação de colegas de profissão de outros estados. A perita criminal Isabella Vilaça, do Núcleo de Balística Forense, apresentou trabalho, com coautoria de seu orientador, o perito criminal federal Carlos Palhares, sobre um panorama dos laudos de furto no Brasil, que avaliou se os laudos registram as circunstâncias qualificadoras de crime de furto, visando elevar a pena do autor do crime.
Já o perito criminal Ibsen Maciel, gerente do setor de Fonética Forense e Extração de Dados, pós-graduado em Segurança da Informação, apresentou dois trabalhos no evento sobre análises forenses de vídeos e extração de dados de dispositivos eletrônicos, chamados ”Operação Pombo - Uma Abordagem Forense” e “Análise Forense de Vídeo e Modelagem Computacional 3D Aplicadas na Reconstituição de Cena de Crime: O caso do tiroteio em um restaurante em Belém-PA” - este último com coautoria dos peritos criminais Andreyssa Sayuri, Jânio Arnaud e Joaquim Araújo.
Representando a Coordenadoria Regional de Castanhal, o perito criminal e médico veterinário, Celso Felipe de Sá, apresentou um estudo de caso sobre DVI em naufrágio na Amazônia, em coautoria com os peritos, também da PCEPA, Jones Mota, Giuseppe Tancredi e Isabella Vilaça. O estudo de caso discorre sobre os desafios da aplicação do protocolo DVI em um acidente entre duas embarcações de carga no Rio Amazonas, que ocasionou o naufrágio de um navio e a morte de 9 tripulantes.
Para o diretor-geral e perito criminal, Celso Mascarenhas, que participou do evento, "a perícia do Pará mostra o quanto evoluiu em 4 anos de gestão, temos vários trabalhos dos nossos peritos em exposição. Parte da gestão está presente neste evento, confirmando nosso apoio com o engrandecimento do órgão por meio dos trabalhos científicos dos nossos peritos criminais”.
A InterForensics ocorre a cada dois anos e sua primeira edição foi em 2017. A programação é formada pelas mais diversas áreas da perícia forense e é composta por várias conferências internacionais, dentre os assuntos tratados estão balística forense, odontologia legal, patrimônio histórico cultural, investigação de cena de crime, antropologia forense, crimes cibernéticos, geologia forense e crimes minerários, entre várias outros. A diretora do Instituto de Criminalística, Isabela Barretto, também presente no evento, afirma que “um evento da grandeza do InterForensics proporciona não somente a troca de informações, mas também o acesso a atualizações na área forense, essencial e indispensável para realizar perícia de qualidade”.