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“Adesão do Pará” também marca histórias de luta por direitos humanos no estado

Pesquisas resultaram no projeto “Bicentenário da Independência do Brasil no Pará”, que deu origem a três e-books, dois livros raros reimpressos, um documentário e um podcast que esclarecem sobre o período

Por Marcelo Leite (COSANPA)
15/08/2023 15h20

Celebrado nesta terça-feira (15), o bicentenário da Adesão do Pará à Independência do Brasil ainda é motivo de inúmeras pesquisas lideradas por historiadores paraenses, que buscam encontrar e revelar detalhes do período e, principalmente, a participação popular nos levantes contra o domínio português.

Parte desses estudos foi transformada em livros impressos, e-books e documentários. O material foi apresentado em uma cerimônia comemorativa nesta terça-feira (15) no Museu do Estado do Pará, local onde foi assinada a ata original de Adesão do Pará à Independência.  

O projeto é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), com apoio das secretarias de Cultura (Secult), e de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), além das universidades Federal (UFPA) e do Estado do Pará (UEPA) e da Editora Cabana. 

Durante o evento, pesquisadores ressaltaram a importância da data e os contextos históricos que levaram a diversos eventos marcantes no período, mas pouco divulgados atualmente. 

Estudante do curso de História, no campus da Uepa, em São Miguel do Guamá, Ana Carina Guedes prestigiou o evento e falou sobre a oportunidade de ver e ouvir sobre a participação popular naquele período.  

“É super importante que possamos ouvir outras versões sobre aquele momento, principalmente sobre participação das diversas camadas sociais nas lutas por liberdade. O povo negro, por exemplo, sempre teve participação nessas lutas, e a história que nos é apresentada não traz isso como deveria. Então, essa democratização da informação, para além de espaços acadêmicos, possibilita entendermos os anseios de cada povo na época e como isso se apresenta hoje”, conta a estudante de 21 anos.

Para a secretária adjunta de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), Edilza Fontes, a disponibilização das pesquisas, livros e documentários são um recorte importante das lutas por independência no Brasil, que resultaram em conflitos marcados pela violação de direitos humanos.

“Em todos esses acontecimentos que levaram à Independência do Brasil, se cultivava a ideia de um país livre. Aqui no Pará, isso veio de todas as classes sociais, principalmente de negros e índios escravizados e de brancos pobres. Nós tivemos pessoas que foram presas, deportadas para Portugal e até condenados à morte. Meses depois, em novos levantes por uma verdadeira independência, centenas de paraenses foram mortos em um navio de forma trágica. Então, toda essa história precisa ser divulgada para que possamos democratizar esses debates, discutindo os múltiplos papéis sociais e a violação de direitos humanos, como mecanismo de não repetição”, explicou Edilza Fontes.

Ao todo, o projeto “Bicentenário da Independência do Brasil no Pará” disponibiliza três e-books baseados em teses de mestrado e doutorado, dois livros raros reimpressos (Revista IHGP: ensaios sobre a Independência do Brasil no Pará, e Grenfell na História do Pará), um documentário (Dois séculos de história: as narrativas sobre a independência no Brasil no Pará), e um podcast (Quem conta História?).