Ação integrada garante soltura de 51 filhotes de tartaruga-oliva em praia do Marajó
Trabalho realizado pelo PMDTM contou com o apoio do Ideflor-Bio, da Prefeitura de Soure e do ICMBio
Filhotes soltos na praia correm em direção ao mar para iniciar um novo ciclo de manutenção das tartarugas marinhasA Praia do Caju-Una, uma das principais do município de Soure, no Arquipélago do Marajó, foi o cenário de mais uma ação de preservação da fauna. Na última quinta-feira (10), foram soltos no local 51 filhotes de tartarugas marinhas, do gênero Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva). Agora, os filhotes iniciam um novo ciclo de crescimento, reprodução e continuidade da espécie.
A soltura só foi possível devido ao trabalho dos pesquisadores do Projeto de Monitoramento de Desovas de Tartarugas Marinhas (PMDTM), iniciativa vinculada à empresa Mineral Engenharia e Meio Ambiente. A liberação dos animais contou com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), da Prefeitura Municipal de Soure e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Os ovos foram acondicionados há semanas em um berçário na Praia do Turé, a 16 quilômetros da área urbana de Soure.A soltura também é um momento de mostrar às crianças a importância da preservação das espécies
As tartarugas marinhas são animais ameaçados de extinção. Seu ciclo de vida é complexo, com a desova ocorrendo nas praias e os filhotes enfrentando diversos desafios até alcançarem o mar.
Participação – Moradores de Soure também se envolveram ativamente na soltura dos filhotes. Crianças, jovens e adultos acompanharam o processo, aprendendo sobre a importância das tartarugas marinhas e como podem contribuir para sua proteção.
A gerente do Escritório Regional do Marajó (Soure) do Ideflor-Bio, Osiane Barbosa, ressaltou que esse foi um momento histórico para o município, e principalmente para a Área de Proteção Ambiental (APA) Marajó.
“Ver as crianças presenciarem esse fenômeno, e se motivarem com essa ação, nos dá esperança de um amanhã melhor. Daqui a 20 anos as fêmeas desse grupo que foi liberado voltarão para desovar neste mesmo local. Não tenho dúvidas que essas crianças que estiveram conosco nessa soltura farão toda diferença, porque vão preservar e respeitar esse ciclo natural dos animais”, afirmou.
Osiane Barbosa também ressaltou o empenho dos profissionais que atuam no PMDTM e da comunidade local. A gerente disse que o Ideflor-Bio, como órgão ambiental do Governo do Pará responsável pela gestão de 27 UCs Estaduais, dentre elas a APA Marajó, está à disposição para somar e dar todo o suporte em iniciativas necessárias à preservação ambiental.
Acompanhamento - O PMDTM monitora diferentes pontos do litoral paraense para identificar e proteger os ninhos, além de liberar os filhotes quando estão prontos para rumar até o oceano. Em Soure, a equipe do projeto atua em parceria com a comunidade nas praias do Pesqueiro, do Céu e Caju-Una. Durante o trabalho, os profissionais reforçam o papel da sociedade na preservação das espécies e sensibilizam a população sobre a importância da conservação de espécies marinhas.
O nascimento das tartarugas em Soure demonstra a preocupação das instituições e da população com a preservação da espécie, afirmou o gerente da Região Administrativa do Marajó (GRM), Hugo Dias. Ele ressaltou que, atualmente, a tartaruga-oliva se encontra vulnerável à extinção, conforme a Portaria 148/2022, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que atualiza o anexo da Portaria Normativa 444, de 2014, que trata da lista de espécies ameaçadas de extinção.
“A GRM já entrou em contato com a empresa Mineral Engenharia, através do PMDTM, juntamente com o ICMBio, para firmar de uma vez esta parceria, que visa à celebração da vida e à perpetuação desta espécie de tartaruga e de outros animais da fauna brasileira endêmicos no Marajó”, enfatizou Hugo Dias.