Estado reforça transição para economia de baixo carbono a partir de diálogo com as comunidades
Semas destacou o pioneirismo no Pará no desenvolvimento de políticas públicas que estimulam esse modelo econômico
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) participou neste sábado (5) de uma plenária, dentro da programação “Diálogos Amazônicos”, que discutiu a aceleração da transição para economia de baixo carbono, ressaltando a importância de pensar nos fluxos financeiros e seu papel no desenvolvimento do modelo econômico baseado na redução da emissão de gases do efeito estufa.
A economia de baixo carbono busca menores impactos no meio ambiente, por meio do estímulo ao uso racional dos recursos naturais e da ampliação do consumo de energias renováveis.Raul Protázio (à esq.) falou sobre o papel do Fundo Amazônia Oriental na descentralização de recursos do Fundo Amazônia
O secretário adjunto de Gestão de Recursos Hídricos e Clima da Semas, Raul Protázio, destacou o pioneirismo no Pará no desenvolvimento de políticas públicas de estímulo a esse modelo econômico, como a implementação do sistema jurisdicional de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal no Pará (Redd+), o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN) e as ações previstas no Plano de Bioeconomia (PlanBio) de incentivo à economia circular, com a participação ativa de comunidades tradicionais para adequações desses mecanismos. É um caminho coletivo para essa transição.
“Neste evento tivemos a oportunidade de discutir, aqui no ‘Diálogos da Amazônia’, o ambiente de negócios e mecanismos de financiamento para a transformação da economia em economia verde e sustentável. Enquanto governo do Estado, trouxemos o papel do Fundo Amazônia Oriental (FAO) como alternativa de descentralização de recursos do Fundo Amazônia, e também falamos da necessidade de os investimentos privados chegarem às bases nos territórios, para que tenham aderência, para que sejam adequados a essas pessoas, empresas, organizações, comunidades e produtores que fazem a mudança na ponta”, explicou o secretário adjunto Raul Protázio.
“Também ressaltamos a importância do capital ponte, que é um tipo de capital pequeno, mas que liga os importantes recursos privados internacionais e os pequenos produtores e os transformadores da realidade social”, completou o secretário.
Participação comunitária - Laura Souza, secretária executiva do Observatório das Economias da Sociobiodiversidade, disse no evento que a discussão foi importante para a participação comunitária no processo. “Foi muito interessante discutir sobre financiamentos para os mercados de carbono, tendo em vista que é um assunto fundamental para o meio ambiente. A fala do secretário do Pará, que enfatizou a importância de pensar nos territórios para a realização desse tipo de investimento, foi muito importante. Acho que essa mesa é só um pequeno exemplo da importância da discussão sobre isso, e tem que entrar nos territórios, porque essas comunidades precisam fazer parte desse debate”, acrescentou.
A relevância do tema também foi apontada por representantes e autoridades presentes, que destacaram a necessidade da construção de um sistema para o desenvolvimento da economia de baixo carbono.
Além de representantes do Governo do Pará, estiveram presentes membros da organização AYA Partners, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), The Nature Conservancy (TNC), Fundo Vale, Banco da Amazônia e Ministério da Fazenda.