Adepará segue com ações para coibir o comércio clandestino de insumos
Durante fiscalização, foram apreendidas 79 mudas de citros em Canaã do Carajás
Durante fiscalização em estabelecimentos que comercializam mudas no município de Canaã dos Carajás, fiscais agropecuários encontraram 79 mudas de plantas de frutas cítricas que apresentavam sintomas de pragas quarentenárias. A ação de defesa vegetal aconteceu no início de julho e foi realizada pelos Engenheiros Agrônomos da Adepará lotados no município de Parauapebas.
Os fiscais agropecuários constataram que as mudas apresentavam sintomas de cancro cítrico, contaminação causada pela bactéria Xanthomonas citri, que representa uma ameaça à citricultura paraense e pode impactar a economia do Estado, com a imposição de barreiras comerciais aos frutos produzidos no Pará. Todas foram apreendidas e destruídas no aterro sanitário do município.
“A muda, quando adquirida de locais não idôneos, configura a principal forma de dispersão de pragas e a Agência de Defesa vem realizando um intenso trabalho em todo o território paraense para coibir o comércio clandestino de mudas, principalmente aquelas vindas de Estados da Federação, onde existem pragas que causam prejuízo à citricultura. A determinação é que, se houver flagrante de comércio ambulante de mudas, elas devem ser destruídas”, ressaltou Cleber Sampaio, fiscal e gerente do programa de sementes e mudas da Agência.
Segundo o Engenheiro Agrônomo, “o agricultor, dono de sítio ou qualquer pessoa que pretenda adquirir mudas de plantas, precisa se informar sobre a procedência desses insumos, para não comprar um problema fitossanitário e impactar negativamente o setor produtivo. Então, adquira mudas sempre de viveiros legalizados no RENASEM e cadastrados na Adepará. Além disso, essa muda de origem não idônea pode não ter a produtividade esperada e servir de foco de disseminação de determinada praga para toda uma área produtiva”, alertou.
A Adepará recomenda que o produtor observe se o estabelecimento que vende o insumo está legalizado junto aos órgãos competentes, isso garante a procedência e a rastreabilidade do produto, garantindo a segurança de que o consumidor comprou uma muda de qualidade e livre de pragas.
O estabelecimento que for flagrado comercializando mudas com sintomas de pragas é colocado como fiel depositário e o material é coletado e encaminhado para análise em laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura. Dependendo do resultado, se for positivo, as mudas serão destruídas.
“Nós pedimos que os comerciantes verifiquem a origem das mudas e também se aquele viveirista está produzindo de acordo com as normas legais que são exigidas para que essa muda tenha qualidade e possa ser comercializada sem oferecer riscos às lavouras”, orientou o fiscal.
No primeiro semestre de 2023, o Programa de Sementes e Mudas da Adepará realizou 452 fiscalizações para coibir tanto o comércio ambulante de mudas quanto o comércio clandestino desses insumos que possuem grande importância para o desenvolvimento do agronegócio paraense.
Cancro Cítrico - A introdução dessa praga é uma das principais ameaças aos polos citrícolas em função da importância econômica e social da cadeia produtiva para o Estado e dos embargos comerciais que pode ocasionar. Por isso, o trabalho da Defesa Vegetal é importante e necessário para assegurar a sanidade da produção de laranja, limão e tangerina, frutas que estão na pauta de exportação do Pará. O Estado é área indene, ou seja, onde não há presença da praga. A entrada da bactéria resultará na perda de status sanitário com reflexo econômico imediato.
Polos Citrícolas - Existem dois pólos citrícolas, criados pelo Decreto Estadual nº 1943/2017, que possuem Status Sanitário de Área Livre do Cancro Cítrico. Um deles está localizado no nordeste do Pará e abrange os municípios de Capitão Poço, Irituia, Ourém, Garrafão do Norte e Nova Esperança do Piriá. O outro fica na região Oeste e abrange os municípios de Monte Alegre, Alenquer, Santarém, Prainha, Belterra e Mojuí dos Campos.