Técnicos do Ideflor-Bio participam de intercâmbio sobre a Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF)
Atividade prática ocorreu em parceria com a Embrapa Amazônia Oriental, que oportunizou a troca de experiências entre instituições
Técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) participaram de um intercâmbio sobre a Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), no Centro de Referência em Tecnologias Agropecuárias e Florestais Sustentáveis "Eurico Pinheiro" da Embrapa Amazônia Oriental, localizado em Terra Alta, município da região nordeste paraense.
O intuito da visita foi oportunizar à equipe técnica da Diretoria de Desenvolvimento da Cadeia Florestal (DDF) conhecer os principais resultados de pesquisa e a transferência de tecnologias do referido sistema de produção para qualificar os profissionais do Ideflor-Bio na elaboração de projetos técnicos desta natureza no Instituto como alternativa para recomposição florestal produtiva de áreas degradadas.
Na ocasião, foram visitadas propriedades rurais que já dispõem de ILPF implantado e produtivo, fomentado pela Embrapa Amazônia Oriental, onde foi possível ouvir relatos dos produtores rurais e conhecer suas experiências sobre esse tipo de cultivo. Uma delas possui o sistema há 14 anos e apresenta áreas de pastejo com bovinos, consorciadas com Mogno africano (Khaya grandifoliola) e Teca (Tectona grandis).
Toda atividade foi conduzida por pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental, os quais apresentaram aos servidores do Ideflor-Bio resultados e perspectivas com a implantação da ILPF como alternativa para auxiliar produtores interessados em recuperar áreas degradadas em suas propriedades.
Cada pesquisador relatou, dentro da sua área de abrangência, os pontos a serem levados em consideração. Sobre o elemento Lavoura, os pesquisadores Célia Calandrini e Jamil Chaa, destacaram a importância da cobertura do solo, que no início é fundamental o plantio do milho ou feijão para depois se colocar o capim melhorado. É nesse momento, com a implantação da lavoura agrícola, que o produtor começa a retirar da área seu primeiro resultado financeiro, apontam os especialistas.
Já o pesquisador Aristides Resende explanou sobre o elemento Florestal e enfatizou a importância desse componente utilizado para a produção madeireira ou não madeireira, e no beneficiamento de sombra das árvores, gerando conforto animal e produção de forragem. Por fim, a Drª. Gladys Martínez falou sobre a presença do animal no sistema e que neste tipo de experimento é avaliado o comportamento desses nas estações secas e chuvosas, pois baseados nos dados produtivos é que se pode determinar o melhor arranjo.
Para o titular da DDF, Vicente Neto, esse tipo de iniciativa reforça a importância do processo de atuar em parceria com outros órgãos que fomentam a produção sustentável e o desenvolvimento agropecuário da região. “Além disso, possibilita a troca de experiências entre profissionais de instituições que atuam em prol dos mesmos objetivos. Não podemos esquecer que essa temática deve vir à tona durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em 2025, na capital paraense”, afirmou o diretor.
Diferenciais - A ILPF promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas, agregando na mesma propriedade diferentes sistemas produtivos, como grãos, fibras, carne, leite e madeira. Especialistas apontam que essa é uma atividade economicamente viável e de maneira ambientalmente correta, com baixa emissão de gases causadores do efeito estufa ou mesmo com a mitigação desses gases na área de produção.
Dados recentes revelam que a ILPF é uma estratégia de produção que vem crescendo no Brasil nos últimos anos. Esta forma de sistema integrado busca otimizar o uso da terra, elevando os patamares de produtividade em uma mesma área, usando melhor os insumos, diversificando a produção e gerando benefícios ambientais na área de produção e para a sociedade, e mais renda e emprego.