Adepará e ADAF assinam termo de cooperação técnica para ações de defesa agropecuária
Um Termo de Cooperação Técnica vai propiciar o desenvolvimento de ações em conjunto de defesa agropecuária na região amazônica. Ele foi assinado pelo diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (ADEPARA), Jamir Júnior Paraguassu Macedo, e pelo diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (ADAF), José Omena, nesta terça-feira (11), em Belém.
Com o Termo, as Agências vão atuar nas atividades de fiscalização, educação sanitária e vigilância sanitária. A prevenção à monilíase, doença causada por um fungo que ataca o cacau e o cupuaçu que pode gerar grandes perdas econômicas para a cacauicultura, vai ganhar ações compartilhadas em ambos os estados. Um dos principais desafios é impedir que o foco de monilíase que surgiu no Amazonas, chegue ao Pará, maior produtor de cacau do Brasil.
O diretor-presidente da Adaf, José Omena, explica que, a partir do documento, Adaf e Adepará poderão, conjuntamente, intensificar a vigilância agropecuária em municípios próximos da fronteira entre os dois Estados, como Terra Santa e Juruti, no Pará; e Nhamundá e Parintins, no Amazonas. O objetivo é impedir o trânsito de frutos hospedeiros oriundos do Amazonas para cidades do Estado vizinho.
"Estamos trabalhando em conjunto para conter e erradicar esta praga que pode trazer enormes prejuízos ao País. Não estamos medindo esforços e, com apoio de todas as instituições parceiras, teremos sucesso", disse Omena.
A preocupação do Pará com a monilíase se deve ao fato de que a eventual chegada da praga causaria perdas estimadas em R$1 bilhão por ano à economia estadual. De acordo com o diretor da Adepará, Jamir Macedo, mais de 30 mil pessoas trabalham na cultura do cacau no Pará, 85% na agricultura familiar, e o ingresso da praga geraria um impacto social e econômico para o Estado.
"A partir do documento, vamos poder fortalecer ainda mais as nossas ações de defesa e inspeção contra essa ameaça que é a monilíase e poderemos atuar de forma mais eficaz, trocando informações dos nossos bancos de dados e executando parcerias para o enfrentamento da praga”, explicou Jamir Macedo, diretor geral da Adepará.
Segundo o diretor, na parte de Defesa e Inspeção Animal, a cooperação técnica abrangerá o controle das propriedades localizadas na zona de fronteira do Pará com o Amazonas, que tem peculiaridades relacionadas às condições geográficas e climáticas da região. “Nessa região, há particularidades relacionadas à pecuária, em que parte do ano os animais estão no Pará e outra parte no Amazonas, nas áreas de várzea. Serão realizadas ações de vigilância e controle da sanidade desses animais”, informou o diretor.
O termo de cooperação, que tem vigência de quatro anos, deve ser publicado nos próximos dias.
Monilíase - A praga quarentenária ataca frutos de cacau e cupuaçu, podendo causar perda total da produção. O Pará ainda não registra a presença da monilíase. Para proteger a cultura do cacau, a Adepará executa vigilância constante e mapeou as rotas de risco para a entrada da praga nos municípios de Oriximiná, Óbidos e Juruti. Também intensificou as ações de educação fitossanitária nos principais municípios produtores do fruto. Além disso, realiza capacitações dos fiscais agropecuários, engenheiros agrônomos e treinamentos do corpo técnico da agência. Cem por cento dos profissionais que atuam na prevenção à monilíase já foram treinados.
No Amazonas, um foco da praga foi identificado no Alto Solimões em 2022. Atualmente, a Adaf, sob a coordenação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) , desenvolve ações de contenção e erradicação dos focos nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant, no Alto Solimões. Tais ações contam com apoio das Forças Armadas, prefeituras municipais, Idam, Ifam, Funai e outras instituições.
Texto com informações da Adaf