Grupo de Trabalho vai rever sistema de regulação em hospitais do Baixo Amazonas
Representantes de Organizações em Saúde, a classe médica, Conselho Municipal de Saúde e o Hospital Regional do Baixo Amazonas reuniram-se, na sexta-feira (13), no Centro de Governo do Baixo Amazonas, com a presença do secretário regional Olavo das Neves e da coordenadora responsável pela pasta de Saúde, Osmarina Pires, para discutirem pontos em relação ao atual modelo de regulação e marcação de consultas e exames.
A formação de um Grupo de Trabalho, com a mediação do Centro de Governo, vai permitir que propostas sejam encaminhadas aos órgãos de área de saúde e ao Ministério Público Estadual.
Para a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Gracivane Moura, a reunião foi produtiva, pois a equipe tentará resolver problemas inerentes, principalmente, à regulação do município de Santarém.
"Nós temos uma demanda reprimida e precisamos voltar aos moldes que era antes, ou seja, o próprio município tenha sua regulação sem depender do Estado para dar resolutividade em algumas situações de cirurgias eletivas, de ortopedia, que é nosso maior gargalo", explica a presidente do Conselho.
O diretor do Hospital Regional do Baixo Amazonas, Hebert Moreschi, destacou que um dos temas extremamente relevantes no contexto da saúde é a regulação de pacientes.
"Nosso objetivo e do Centro Regional de Governo é formar um grupo de pessoas especialistas no assunto, que possam debater temas regionais e propor soluções regionais. Com certeza, a maior beneficiada será a população, que hoje necessita que os serviços de saúde já existentes sejam mais eficazes e resolutivos", acredita o diretor da unidade de saúde.
O diretor técnico do Instituto Panamericano de Gestão (IPG), André Franco Ribeiro, que atualmente administra o Hospital Municipal de Santarém e Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA 24h), admitiu que existe a necessidade de se definir as responsabilidades inerentes ao paciente.
"O que temos visto hoje é o paciente meio perdido sem saber em qual hospital ou unidade de saúde ele vai ser atendido. É um passo fundamental, porque se você não define quem vai atender e como ele será atendido, o paciente nunca terá o problema resolvido. Nós temos que encarar o SUS como um sistema único, descentralizado e resolutivo", pondera o diretor do IPG.
Atuação e otimização de leitos
O coordenador do serviço de Oncologia do HRBA, Marcos Fortes, afirmou que foi definido, na reunião, um pacto de atuação para melhorar o nível da regulação e, consequentemente, otimizar a utilização dos leitos dos hospitais.
"É necessário trazer a regulação para dentro dos hospitais e dentro do município. Isso é fundamental, pois sabemos a nossa demanda e sabemos como colocar esses pacientes de maneira adequada. Então, este pacto será levado adiante por meio de um plano de 90 dias, onde será conversado com o Estado a realização deste projeto", informou Marcos Fortes.
De acordo com o secretário regional de Governo, Olavo das Neves, todo o processo em discussão está ancorado no modelo de gestão compartilhada, com inclusão de participantes e instituições, como o Ministério Público Estadual.
As deliberações deste grupo servirão como base de informações para tomada de decisões estratégicas da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).