No PCT Guamá, workshop Govetch aproxima inovações de startups paraenses do setor público
Representantes de segmentos das áreas de meio ambiente, mobilidade urbana e saúde conheceram tecnologias desenvolvidas por startups e como elas poderão ajudar na prestação de serviços públicos
Gestores e representantes de instituições públicas e privadas se reuniram na última segunda-feira (19), no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, em Belém, para conhecer iniciativas de Govetch em um workshop promovido pela pela Fundação Guamá, organização social gestora do complexo.
Durante a programação, inovações desenvolvidas por startups e laboratórios residentes do PCT Guamá e empresas associadas foram apresentadas ao público de segmentos como meio ambiente, mobilidade urbana e saúde.
Govtech é um conjunto de infraestruturas, atores e soluções que utilizam a tecnologia e a inovação para melhorar serviços e processos de gestão governamental, solucionando problemas complexos e gerando impacto na sociedade.
No Brasil, o conceito remete ao novo Marco Legal de Startups (LC 182/2021), que estabelece como princípio “o incentivo à contratação, pela Administração Pública, de soluções inovadoras elaboradas ou desenvolvidas pelas startups, reconhecidas [...] as potenciais oportunidades de economicidade, de benefício e de solução de problemas públicos com soluções inovadoras”.
Paulo Sérgio Reis, consultor em licitações e compras públicas, explica que no caso das Govtechs, o cliente é o governo, que tem como objetivo final implementar as políticas públicas e prestar serviços públicos ao cidadão, o beneficiário da sua atuação.
“O Estado identifica um problema e contrata uma startup para desenvolver uma solução inovadora que otimiza o tempo de prestação do serviço, economiza recursos e impacta a comunidade com seus benefícios”.
Rodrigo Quites Reis, diretor presidente da Fundação Guamá, destaca que o evento foi motivado pelas possibilidades abertas em razão da nova lei de licitações, visto que em muitos casos previstos pela lei, o demandante pode contratar soluções inovadoras desenvolvidas por consórcios de startups.
“Por ser um ambiente vinculado ao Governo do Estado do Pará, o PCT Guamá mantém diálogo frequente com o poder público, e diversas soluções são desenvolvidas pelas empresas residentes. Assim, as empresas que atuam no Parque podem se integrar para desenvolver soluções ainda mais robustas e competitivas”, afirmou.
Exemplo na educação - Os alunos da rede municipal de ensino de Belém contam com o programa Ver-A-Tech, criado pela Prefeitura de Belém em parceria com a Inteceleri, startup residente do PCT Guamá.
O Ver-A-Tech é destinado aos estudantes do Ensino Fundamental do 5º ao 9º anos, e também aos alunos da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (Ejai), e beneficia mais de 6 mil alunos.
O programa visa a ampliar o acesso à tecnologia aplicada no ambiente da educação na rede municipal de ensino, em particular, da matemática, cálculo, raciocínio lógico e outras disciplinas correlatas, seguindo as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educação Básica.
Durante o projeto serão utilizados o óculos MiritiBoard VR, feito da fibra do miriti, juntamente com o aplicativo Aluno VR, que proporciona a imersão de estudantes e professores em diferentes ambientes virtuais do mundo.
Sobre o PCT Guamá - O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), que conta com a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e gestão da Fundação Guamá.
É o primeiro parque tecnológico a entrar em operação na região Norte do Brasil e tem como principal objetivo estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável.
Situado em uma área de 72 hectares entre os campi das duas universidades, o PCT Guamá conta com mais de 40 empresas residentes (instaladas fisicamente no parque), mais de 60 associados (vinculadas ao parque, mas não fisicamente instaladas), 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (Eetepa) Dr. Celso Malcher, além de atuar como referência para o Centro de Inovação Aces Tapajós (Ciat), em Santarém, oeste do estado.
É membro da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e da Associação Internacional de Parques de Ciência e Áreas de Inovação (IASP).