Hemopa realiza evento de conscientização sobre a doença falciforme
Programação contou com palestras e atividades educativas protagonizadas por pacientes de hemoterapia na luta preventiva da doença.
Na manhã desta segunda-feira (19), a Fundação Hemopa recebeu visita de pacientes para palestra do Dia Nacional De Conscientização Sobre a Doença Falciforme. O evento aconteceu no auditório principal do hemocentro coordenador, no bairro Batista Campos, e teve como objetivo semear uma cultura de apoio aos que enfrentam essa doença ao mesmo tempo que divulga conhecimento acerca do assunto para a comunidade local.
Promovido pela Coordenadoria de Atendimento Ambulatorial (Coamb) da Fundação, a ação contou com vários momentos de descontração destinados aos pacientes de hematologia e hemoterapia, que realizam seus tratamentos no Hemopa. Realizado a partir de um encaminhamento feito pela Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima, o tratamento do paciente passa a ser realizado e acompanhado pelo Hemocentro com o auxílio de um programa socioeducacional interno promovido em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC).
Esse programa garante direitos educacionais aos pacientes infantis com doenças no sangue, além de incentivar as crianças a saber mais sobre sua patologia e permitir a continuidade da escolarização desses pacientes.
Aline Saraiva é biomédica e realiza tratamento contínuo da doença desde seus 15 anos. A paciente demonstra gratidão aos momentos de lazer proporcionados pelos servidores do Hemopa. “Eu fui diagnosticada em 91 e depois eu me mudei pra cá porque eu era do interior do estado. E aí faço tratamento contínuo desde os 15 anos. As informações que nos foram repassadas nos deixam muito bem informados. Eu acho que é muito importante palestras assim para que a gente continue falando sobre a doença, sabendo quais são as opções de tratamento e as novidades também em relação a isso. Eu acho que a nossa rotina é pautada em várias complicações, né? Então ter um momento de descontração acho que ajuda a tornar as coisas mais leves nesse processo”, disse Aline.
Ao falar de doença falciforme no Brasil, é essencial entender o contexto racial por trás dessa luta. Essa patologia afeta predominantemente pessoas negras e, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 8% da população afrodescendente no Brasil já foi diagnosticada com anemia falciforme. Por esse motivo, a Fundação Hemopa buscou também apoiar a campanha da Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doença Falciforme (Fenafal), por meio desse evento, na democratização do acesso à saúde básica desse grupo.
Aline Saraiva, paciente doença falciformeDurante a oficina, foram discutidos os cuidados com a alimentação, a importância do diagnóstico e o uso de medicamentos, prevenção de complicações, entre outros destaques. Além disso, o evento contou com o apoio da equipe de enfermagem, fisioterapia e da classe hospitalar do Hemopa.
Paulo CardosoPaulo Cardoso é autônomo e realiza seu tratamento na fundação há 23 anos e falou sobre a importância da programação. “Eu acho muito bom ser divulgada a nossa doença porque poucas pessoas ainda desconhecem ela e é bom que mais pessoas possam conhecer para que nós sejamos melhores incluídos na sociedade. É muito bom para nós descontrair, principalmente os menores que têm a doença, alivia nossa dor, nosso estresse. A gente sente dor e às vezes o remédio não faz o efeito que a gente espera”, concluiu.