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FOTOGRAFIA

Editora da Ioepa entrega livro com relatos de viagem da primeira mulher a fotografar a Amazônia 

Obra ressalta protagonismo feminino na memória documental no século XIX.Com 281 páginas, livro apresenta o selo da Editora Pública Dalcídio Jurandir.

Por Julie Rocha (IOE)
21/06/2023 10h50

Os exemplares impressos do livro “Viagem ao Cuminá – de 20 de abril a 7 de setembro de 1900”, que trazem os relatos da viajante francesa Marie Octavie Coudreau, foram entregues, na manhã da última quinta-feira (15), por representantes da Imprensa Oficial do Estado (Ioepa) a um docente da Universidade Federal do Pará (UFPA) para compor o acervo da instituição.

O professor da UFPA, José Guilherme dos Santos Fernandes, que prefaciou a obra, foi quem buscou os volumes, que contém 12 capítulos, além de notas, apêndices e a bibliografia da autora, que era cartógrafa, desenhista e geógrafa.

Segundo Fernandes, Marie Octavie se notabilizou como mais que uma esposa parceira de finalidades investigativas nas florestas e rios da Amazônia, dando continuidade à expedição do casa, quando o marido não resistiu à malária, no rio Trombetas, no Pará, em novembro de 1899.

Com 281 páginas, os impressos levam o selo da Editora Pública Dalcídio Jurandir e foram organizados e traduzidos do francês para o português pela professora e pesquisadora Marie Helen Catherine Torres.

Considerada a primeira mulher a fotografar a Amazônia, Marie Octavie Coudreau (1867-1938) iniciou suas viagens exploratórias ao lado do marido Henri Coudreau, na Guiana Francesa e depois seguiu pela região amazônica brasileira.

Após a morte dele, em 1899, Marie continuou a registrar, desenhar e fazer levantamentos geográficos das viagens que realizava. Deixou vários relatos publicados em francês, e a maior parte deles inéditos em português, entre eles: “Voyage au Trombetas”, “Voyage au rui Curuá”, “Voyage au la Mapuera” e “Voyage au Canumã”.

Na apresentação do livro, o presidente da Ioepa, Jorge Panzera, destaca a importância da obra, ao trazer relatos de protagonismo de uma mulher em pleno século XIX.

"A primeira a fotografar a Amazônia realça significativos elementos de conhecimento em uma dimensão social , histórica, geográfica, cultural e ambiental sobre a exploração da Amazônia nos levando a navegar do imaginário ao concreto sobre nosso passado colonial e a nossa formação social na Amazônia".

Sobre Henri Coudreau - Professor e pesquisador francês do Liceu de Caiena, Henri Coudreau iniciou em 1883 uma série de viagens pelos rios da Amazônia, entre eles, Maroni, Oiapoque, Trombetas, Branco, Xingu, Tocantins e Amazonas, explorando também uma parte da Serra do Tumucumaque, divisa entre Brasil e Guianas. 

Foi contratado pelo governador Lauro Sodré, entre julho de 1895 e janeiro de 1896 para realizar expedição científica ao rio Tapajós e continuou a serviço do governo com viagens ao rio Xingu, entre maio a outubro de 1896 e rio Tocantins, entre julho a outubro de 1897, já no governo de Paes de Carvalho, para mapear os recursos a serem explorados nos afluentes do rio Amazonas.