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AGRICULTURA E PESCA

Horta Terapêutica da Emater, no Marajó, auxilia contra a dependência química

Projeto de Horticultura é conduzido pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) no município de Breves

Por Governo do Pará (SECOM)
31/05/2023 12h08

Elder Brito (de preto) e colega na Horta TerapêuticaElder Brito frequenta o Centro de Recuperação Paixão Por Almas, uma organização não-governamental (ONG) de tratamento de dependentes químicos, com sede no município de Breves, no Marajó. Brito se recupera da dependência química com diversas atividades, entre elas, aprendendo a plantar e colher, a partir de um projeto de Horticultura Terapêutica comandado pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) e iniciado ano passado.

Ele diz passar metade da rotina diárias, "com as mãos na terra e com a mente no céu. Aqui eu cultivo não só plantas: eu cultivo sonhos. Eu mexo na terra, desfruto do contato com a natureza, e sei que, na alta, vou poder transformar em ofício, o que vai ajudar na minha sobrevivência e na reinserção social”, planeja Elder Brito. Por causa do vício, ele chegou a ser preso e condenado por furto. Já cumpriu toda a pena. Horta tem estrutura coberta de 12m por 12m

Para Patrick Barbosa, monitor do Centro, “Deus está escrevendo uma nova história na vida do Elder", disse o monitor.

A nova história de resgate e superação, tentada por, pelo menos, outros 24 jovens internados voluntariamente e de forma gratuita no Centro de Recuperação Paixão Por Almas, no bairro Aeroporto, é pontuada por boas práticas, entre elas a hora terapêutica, onde se cultiva  abóbora, alface, couve e maracujá.

A horta tem uma estrutura coberta de 12m por 12m, de material reciclado, à base de garrafas pet, e os produtos agroecológicos são parte importante das cinco refeições diárias oferecidas no tratamento. 

Em Breves, Elder Brito e colegas que trabalham na Horta“A experiência integra o grupo, lapida habilidades tais quais sensibilidade táctil e olfativa, treina para o empreendedorismo e combate o ócio”, resume a responsável pelas atividades, Maria Francisca Rodrigues, técnica em agropecuária e auxiliar administrativa da Emater.

A especialista explica que a capacitação contínua inclui teoria e prática, com reconhecimento de espécies, tratos culturais, avaliação de qualidades e identificação de mercados.

“É plantar comida, porém não somente: é fomentar subsistência, geração de trabalho e renda, valorização das tradições, abastecimento do município e ocupação sustentável das zonas periurbana e rural. O indivíduo ganha e a sociedade inteira ganha junto”, esmiuça. Produção de hortaliças contribui para as refeições na ONG

Vida nova - O monitor Patrick Barbosa estabelece a oportunidade no sentido de uma terapia “das principais”: “Teve interno que saiu e começou a trabalhar com horta. Eles pegam amor e se dedicam, criam responsabilidade. É muito bom o paralelo com a reabilitação deles: a gente planta e vê o processo, o crescimento, o surgir da vida, assim como eles recrescem e voltam à vida, no processo de cura ou controle da dependência química”, compara. 

A ONG sustenta-se com apoio de entidades como Emater e Prefeitura e de doações avulsas. O tratamento padrão é de oito meses. 

“As pessoas saem com trabalho, com dignidade retornada, restituem família. Temos fábrica de vassouras com garrafas pets e circuitos de vários cursos, com vários parceiros”, complementa. 

Texto de Aline Miranda / Ascom Emater